Nos bastidores, a punição à ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra foi interpretada como tentativa de o governo mostrar serviço à opinião pública| Foto: Wilson Dias / Agência Brasil

Denunciante fez ameaças. PT ingressa na Justiça contra ele

O empresário e consultor Rubnei Quícoli – que denunciou a suposta proposta de pagamento de propina de R$ 450 milhões dentro da Casa Civil para o BNDES liberar um empréstimo de R$ 9 bilhões à empresa de energia EDRB – admitiu ontem que ameaçou integrantes do governo para conseguir o financiamento. A informação foi divulgada pelo Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão.

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Terceira baixa na Casa Civil devido a denúncias

Stevan Knezevic, funcionário envolvido na denúncia de tráfico de influência que derrubou Erenice Guerra da Casa Civil, pediu ontem exoneração do cargo que ocupava na pasta. Ele voltará para a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), seu órgão de origem.

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Diretor dos Correios pode ser processado

São Paulo - O processo formal de investigação das denúncias de tráfico de influência que será aberto pela Comissão de Ética da Presidência contra a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra (leia mais ao lado) pode resultar na abertura de um novo processo, desta vez contra o diretor de operações dos Correios, Eduardo Artur Rodrigues Silva. Ele comandou a empresa de transporte aéreo MTA – que, segundo denúncias, teria conseguido firmar contrato com os Correios com a interferência do filho da ex-ministra, Israel Guerra.

Segundo o relator do caso na comissão, Fábio Coutinho, se houver a abertura do processo e for constatada a irregularidade, Eduardo Silva poderá ser processado por infração ao Código de Conduta de Altas Autoridades e receber como punição uma advertência ou até a recomendação de demissão.

Agência Estado

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Brasília - Apenas um dia após a demissão da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, o governo federal decidiu puni-la, mas não pelas denúncias que a derrubaram. Em reunião extraordinária, integrantes da Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiram ontem aplicar uma censura ética imediata a Erenice pelo fato de ela não ter apresentado a Declaração Confidencial de Informações (DCI) – documento que deve ser protocolado na comissão por altos dirigentes do governo federal. Essa sanção vale por três anos e é um fator negativo na hora de avaliação de seu currículo para novos postos públicos.

A comissão decidiu ainda transformar o procedimento preliminar de apuração contra a ex-ministra em processo formal de investigação das denúncias de tráfico de influência que pesam contra ela.

O relator do caso na Comissão de Ética, Fábio Coutinho, explica que Erenice terá dez dias para apresentar defesa em relação ao processo aberto ontem, contados a partir da data em que receberá a notificação – o que deve ocorrer na segunda-feira. O resultado do novo processo de investigação na comissão pode gerar uma outra censura ética contra a ex-ministra.

A punição a Erenice foi interpretada nos bastidores políticos como uma estratégia do governo para tentar não passar a imagem de que protegeu a ex-ministra. Dessa estratégia faria parte também a demissão da própria Erenice. O objetivo das atitudes seria o de evitar a contaminação da campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT).

Pedidos ignorados

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Erenice foi punida ontem porque, por três vezes após assumir a Casa Civil, no início de abril, a Comissão de Ética solicitou a DCI à então ministra – que ignorou os três pedidos. A declaração deve trazer informações sobre atividades anteriores ao cargo que o dirigente ocupa, atividades paralelas à função pública, bens, dívidas e eventuais fatos que suscitem conflito de interesse para o desempenho de atividade pública.

A ex-ministra, por exemplo, é sócia de duas empresas. Isso não necessariamente representa um impedimento para que ela ocupasse o cargo. A sociedade privada dela poderia ser um impeditivo se a empresa tivesse negócios com o poder público. Ao não apresentar à Comissão de Ética a declaração, Erenice impediu o órgão de avaliar um eventual conflito de interesses.

Além de punir Erenice, a comissão decidiu também que, daqui para frente, haverá uma nova regra relacionada à apresentação da DCI. Assim que a autoridade tomar posse, terá dez dias para apresentar à comissão o documento. Passado o prazo, ela será notificada e terá mais outros 30 dias para encaminhá-lo. Não cumprindo esse prazo, a autoridade será punida com advertência pela comissão.