A propaganda eleitoral gratuita volta hoje ao rádio e à televisão com táticas diferentes dos dois candidatos à Presidência, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Dilma entra na campanha do segundo turno tentando neutralizar as afirmações adversárias, segundo as quais ela é favorável ao aborto, e deve adotar um discurso de "valorização da vida". Já Serra tentará explorar o passado da petista como militante de um movimento de extrema esquerda.
Desde a última semana de campanha no primeiro turno Dilma tem reiterado que é contra a legalização do aborto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a gravar um comercial dizendo que Dilma é vítima de mentiras vindas do "submundo da política". Agora a estratégia consiste em tratar o assunto pelo lado da família.
No primeiro turno, Dilma abriu o programa eleitoral falando sobre seu passado como militante de organizações de extrema esquerda. O tema foi tratado como uma espécie de escudo contra possíveis ataques dos adversários. Agora, ao repetir que é a favor da vida, Dilma também quer criar uma vacina no novo horário eleitoral.
Já Serra deverá partir para o ataque. Os tucanos deverão explorar a decisão do Superior Tribunal Militar (STM) de manter guardados em um cofre os autos do processo que levou Dilma à prisão durante a ditadura militar para dizer que pouco se sabe da vida dela. "Como uma candidata à Presidência da República tem a vida guardada em um cofre?", questionou o deputado federal reeleito Jutahy Junior (PSDB-BA), umas das pessoas mais próximas de Serra.
No segundo turno, os candidatos terão o mesmo tempo no horário eleitoral, 20 minutos diários dividos em dois blocos. Além da propaganda em bloco, cada candidato terá, ainda, 7 minutos e 30 segundos de inserções de no máximo 30 segundos, que serão distribuídas pelas emissoras ao longo da programação diária. A propaganda no rádio e na tevê termina no dia 29 de outubro. Até lá, cada candidato terá alcançado 165 minutos de propaganda eleitoral gratuita, divididos em 330 inserções.
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