O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), foi reeleito neste domingo (3), no primeiro turno, para continuar por mais quatro anos no poder do Estado.
Com 81,67% das urnas apuradas e 63,44% dos votos válidos, Wagner garantiu a vitória matemática sobre o ex-governador Paulo Souto (DEM), com quem disputou o governo outras duas vezes, e o ex-ministro de Integração Regional Geddel Vieira Lima (PMDB).
A disputa eleitoral na Bahia se deu com a divisão da chapa coligação formada pelo PT com o PMDB nacionalmente. No estado, Lima concorreu com Wagner, dividindo o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante a campanha, Lula pregou a pacificação do Estado após a eleição e disse que o pleito é apenas "um episódio da nossa vida". O presidente lembrou também que o Wagner e Lima foram aliados em 2006.
Wagner chegou ao final do seu mandato como um dos governadores de maior popularidade do país. Uma pesquisa Datafolha realizada em julho indicou que os baianos davam nota de 6,6 ao governo de Wagner, a segunda nota mais alta dos Estados em que foi feita a pesquisa (PE, BA, SP, RJ, RS, PR, MG e DF).
Wagner foi eleito governador pela primeira vez em 2006, com 52,89% dos votos, quando quebrou um ciclo de quatro mandatos consecutivos do PFL à frente da Bahia. Ele chegou ao poder depois de derrotar seu principal concorrente na disputa, o então governador Paulo Souto (PFL), lançado à política pelo senador Antonônio Carlos Magalhães (PFL) e que o havia derrotado quatro anos antes. Ele era governador quando ACM morreu, em julho de 2007, por conta de problemas cardíacos.
Antes de ser governador, Wagner ocupou o Ministério do Trabalho no governo Lula (entre janeiro de 2003 e janeiro de 2004) e também foi ministro da Secretaria Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Com a crise do mensalão, foi designado Ministro das Relações Institucionais.
Muitos creditam à sua atuação no cargo e à eleição à presidência da Câmara de Aldo Rebelo, a quem substituiu no ministério, o fim da tormenta dos escândalos políticos que assolavam o governo. Deixou o ministério para se candidatar ao governo da Bahia.
Jaques Wagner fez carreira política na Bahia, mas nasceu no Rio de Janeiro. Pai de três filhos, é casado com Maria de Fátima Carneiro de Mendonça.
Sua iniciação na vida política teve origem no movimento estudantil, a partir de 1968. O petista foi presidente do diretório acadêmico da Faculdade de Engenharia da PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio de Janeiro.
Em 1973, foi obrigado a abandonar o curso que nunca retomou em razão de perseguições do regime militar. Mudou-se então para Salvador e começou a trabalhar no pólo petroquímico de Camaçari, como técnico em manutenção.
Pouco tempo depois, já militava no meio sindical. De 1987 a 1989 foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Petroquímica (Sindiquímica).
Em 1989, foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores. Sua ligação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem dessa época. Ambos se conheceram em um congresso de petroleiros. Também foi um dos responsáveis pela organização da CUT (Central Única dos Trabalhadores) na Bahia.
Seu primeiro cargo eletivo foi conseguido em 1990, quando obteve um mandato como deputado federal. Foi reeleito duas vezes (em 1994 e em 1998).
Apesar da vitória, Wagner já sofreu duas derrotas nas urnas. Em 1996, tentou a prefeitura de Camaçari, na Grande Salvador, mas perdeu o pleito. Em 2002, tentou o governo da Bahia, mas perdeu para o seu antecessor no governo, Paulo Souto (então do PFL), com quem novamente disputou em 2006.
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