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A Justiça autorizou nesta quarta-feira (8) a quebra do sigilo telefônico da servidora da Receita Federal Adeildda Ferreira Leão dos Santos. A Polícia Federal (PF) quer saber com quem ela conversou durante o período das consultas aos dados fiscais do vice-presidente tucano, Eduardo Jorge, e de outras quatro pessoas ligadas ao PSDB.

A Corregedoria da Receita apurou que dados cadastrais de Alexandre Bourgeois, genro do candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, também foram acessados em 16 de outubro do ano passado em Mauá, na mesma agência onde foi feita a quebra de sigilo de outras pessoas ligadas ao partido.

Em menos de três minutos, foram três acessos aos dados cadastrais de Bourgeois, marido de Verônica Serra, filha do candidato do PSDB à Presidência.

No caso do contribuinte Alexandre Bourgeois houve acesso apenas aos seus dados cadastrais e não quebra de seu sigilo fiscal como noticiado pela Agência Estado.

Em nota, o Ministério da Fazenda confirmou que os dados cadastrais de Bourgeois foram acessados, mas que não houve quebra do sigilo fiscal, já que esses dados não são protegidos. As consultas foram feitas do computador e com a senha de Adeildda.

O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, voltou a afirmar que os acessos aos dados têm motivação política. "Quebraram agora mais um sigilo, vergonhosamente, de uma pessoa que não tem nada a ver com isso, no interesse da afetar uma família ou interesse político? Claramente interesse político. O principal na quebra de sigilo do genro é que desmoraliza a teoria de que tudo isso é acidental. Aleatório. Todos os brasileiros, mais cedo ou mais tarde, estarão interessados nisso, porque estarão interessados na democracia, que está ameaçada por essa gente que não respeita coisa nenhuma", diz Guerra.

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, reafirmou que o episódio não tem relação com a campanha petista à Presidência da República. "Eu insisto que é um caso de polícia. Por isso inclusive que nós pedimos à Polícia Federal para apurar. Então, nós continuamos aguardando que as instituições apurem, cheguem aos culpados. É um caso grave, merece punição, a lei prevê isso. Agora, repudiamos qualquer ilação, qualquer tentativa de vinculação desses lamentáveis episódios com a nossa campanha. Já dissemos isso reiteradas vezes e vamos continuar insistindo todas as vezes que a oposição através de ilações fizerem calunias contra nós, nos vamos recorrer ao Judiciário", afirma Dutra.

A Polícia Civil de São Paulo também está no caso, mas investiga especificamente o acesso à declaração do imposto de renda de Verônica Serra por meio de uma procuração falsa. Hoje o delegado que apura o crime pediu na Justiça a quebra do sigilo telefônico de duas pessoas: Antonio Carlos Atella, que assinou a procuração, e Ademir Cabral, que teria entregado o documento falso para Atella.

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