Lotado de nanicos, 1.º debate reduz chance de choque Beto-Osmar

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Os dois principais adversários da disputa pelo governo estadual, Beto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PDT), dividirão espaço com os outros cinco candidatos no primeiro debate na televisão hoje, a partir das 22 horas, na Band. Com dois minutos por bloco e perguntas feita por sorteio, há pouca possibilidade de haver embate direto. "A atenção dos eleitores vai estar voltada para Beto Richa e Osmar Dias, mas esse confronto ficará restrito por falta de tempo", diz a cientista política Luciana Fernandes Veiga, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Para o professor de Sociologia Política da Faculdade Internacional de Curitiba (Facinter) Doacir Gonçalves de Quadros, a presença dos sete candidatos é positiva nesse momento inicial da campanha e exige uma maior preparação dos participantes. "Como eles terão apenas dois minutos por bloco, é preciso estar bem preparado para aproveitar o tempo da melhor forma."

Mesmo com poucas possibilidades de discussão, a expectativa é de que o confronto esquente a campanha, até agora considerada morna. "O debate, juntamente com o início do horário eleitoral na próxima semana, deve aproximar a campanha da população. Esperamos que os confrontos de ideias aconteçam", afirma Luciana. Segundo a cientista política, a tendência é que, como Osmar Dias representa a situação, acabe ficando em uma posição mais defensiva. "O candidato desafiante sempre ataca mais. Se tiver oportunidade, certamente Beto Richa vai tentar questionar a aliança do PDT com o PMDB e relacionar com problemas da gestão atual", analisa. Já Osmar Dias deve perguntar sobre o fato de Beto Richa ter deixado a prefeitura de Curitiba prematuramente.

A campanha de Beto diz que já confirmou presença nos quatro debates das principais emissoras do Paraná e que não tem o que temer, apesar de saber que sempre há a possibilidade de receber "acusações infundadas e ataques rasteiros".

A coordenação de campanha de Osmar Dias afirma que o candidato está preparado para qualquer pergunta e que não estudou nenhum tema específico. "A discussão vai acabar pulverizada entre os candidatos. É difícil haver um debate mais complexo com tantos participantes", afirma Sérgio Reis, coordenador de comunicação da campanha.

Bloco a bloco

Além de Beto Richa e Osmar Dias, participarão do debate Paulo Salamuni (PV), Felipe Bergmann (PSol), Amadeu Felipe da Luz Ferreira (PCB), Avanilson Araujo (PSTU) e Robinson de Paula (PRTB).

Ao todo, cada um dos sete candidatos terá 16 minutos de respostas e comentários dividos entre os cinco blocos. Para começar, todos responderão à pergunta: Por que quero ser o governador do Paraná? No segundo bloco, serão sorteadas questões sobre grandes temas de relevância nacional, como saúde, educação e transportes, elaboradas por dez entidades da sociedade civil, entre elas a Federação das In­­­dústrias do Paraná (Fiep), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O terceiro e quarto blocos ficam reservados para perguntas de candidato para candidato e, por último, cada um poderá fazer suas considerações finais.

O convite a todos os participantes da disputa ao governo estadual foi uma escolha da Band Curitiba. A resolução 23.191 do Tribunal Superior Eleitoral assegura a inclusão apenas de partidos políticos com representação na Câmara dos Deputados. Seguindo essa determinação, PCB, PSTU e PRTB poderiam ficar de fora. Em outros estados, a Band também preferiu, como regra, convidar um grande número de participantes. Em São Paulo, seis dos nove candidatos vão participar. No Rio Grande do Sul, sete dos dez adversários foram convidados.

Coadjuvantes

Os 16 minutos no debate são muito para os candidatos de partidos menores, que juntos somam 4 mi­­­­nutos e 33 segundos de tempo de propaganda no horário eleitoral. Para Paulo Salamuni, este será "o grande momento" do PV na disputa eleitoral. Segundo ele, o partido não tem a estrutura dos grandes nem tempo na televisão. "Será importante para que a população conheça as propostas de governo do nosso partido", disse.

Além de dizer a que vieram, os partidos menores já devem mostrar alguma inclinação de alianças para o segundo turno. "Alguns tentarão atuar em favor de um dos dois candidatos principais, fazendo questionamentos diretamente para um ou outro", afirma Luciana.

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