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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (17), em entrevista a rádios do Nordeste, que a oposição derrubou a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) em um ato de "vingança" contra a população pobre do país. Lula criticou ainda o fato de o adversário do governo na disputa presidencial destacar o tema da saúde durante a campanha.

Em sabatinas e no horário eleitoral de rádio, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, ressaltou suas realizações como ministro da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso. Serra também vem feito críticas à política do atual governo para o setor.

"Eu estou vendo que nosso adversário está com dificuldade, às vezes fica procurando, fica tentando dizer coisas. Por exemplo, na área da saúde. Vejo que ele fica toda hora falando da saúde, falando da saúde. Essas pessoas se esquecem. O Humberto Costa foi ministro da Saúde", disse Lula. Costa foi ministro da Saúde no governo de Lula entre 2003 e julho de 2005. Ele também é candidato do PT ao Senado por Pernambuco.

O presidente criticou ainda a falta de verbas para a área da saúde desde o fim da CPMF. "Para se vingar, não de mim, para se vingar do povo pobre, eles tiraram a CPMF. Tiraram do orçamento R$ 40 bilhões por ano, o que significa 120 bilhões em quatro anos. Duvido que os prefeitos, os governadores continuem a melhorar a saúde sem dinheiro para fazer." A CPMF foi derrubada pelo Congresso Nacional em 2007, em uma derrota do governo.

Ainda durante a entrevista, Lula afirmou que quando deixar o governo, a partir de janeiro de 2011, não vai ficar pela Europa ou os Estados Unidos. "Eu vou deixar o governo, mas vou continuar andando pelo país. Quem pensa que eu vou deixar a Presidência e vou para Paris, para Harvard, não. Vou andar pelo sertão brasileiro."

NordesteO presidente também ressaltou avanços no desenvolvimento do Nordeste nos últimos sete anos e meio. Segundo ele, a região vive um "momento de ouro", mas ainda precisa de investimentos para recuperar os anos em que foi negligenciada.

"Acho que o Nordeste nunca viveu um período de ouro como está vivendo. Está tudo ok? Não, não está. Ainda temos que fazer muito mais para o Nordeste recuperar o século de atraso a que ele foi submetido", disse.

O presidente criticou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), candidato a reeleição. Sem citar o nome do parlamentar, Lula disse que a elite nordestina fica "nervosa" com os avanços no Nordeste. Ele citou a Ferrovia Transnordestina e a transporsição do Rio São Francisco como obras tocadas pelo atual governo.

"Ele poderia ir lá em vez de falar mal, e ver um canal que ele não teve coragem de fazer. Eu nunca prometi essas coisas. Nunca fiz campanha com essas promessas. Mas acho que todo o Nordeste precisa de obras importantes para se tornar um centro de referencia. E por isso a nossa oposição fica nervosa", disse. Ainda em referência a Tasso Jereissati, o presidente afirmou que as pesquisas de intenção de voto não significam vitória.

Pesquisa Datafolha publicada no fim de julho mostra Tasso com 59% das intenções de voto na disputa pelo Senado. Os candidatos de Lula, Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT) estão empatados no segundo lugar com 24% pontos.

Nesta segunda, Lula visita o canteiro de obras da Ferrovia Transnordestina, em Salgueiro (PE). No final do dia ele inaugura campus da Universidade Federal do Vale do São Francisco, em Petrolina (PE).

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