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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (2), em São Bernardo do Campo, no ABC, que fez mais viagens para promover a campanha de Dilma Rousseff do que para divulgar sua própria candidatura em 2006. "Foi uma campanha boa. Viajei mais do que em minha campanha, [porque] estava convencido de que o grande legado que deveria deixar para o Brasil era eleger gente para continuar governando", afirmou.

Nesta manhã, Lula participou de carreta ao lado de Dilma e do candidato do PT ao governo paulista, Alozio Mercadante. Cumprindo uma agenda que já se transformou em tradição ao fim das etapas das campanhas petistas, ele seguiu em carro aberto pelas ruas do centro da cidade, desde a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC até a igreja matriz.

Ao fim da carreata, ele concedeu entrevista e fez uma avaliação da campanha no primeiro turno. Além de comparar as milhas de viagens acumuladas em 2006 e 2010, o presidente criticou a oposição que, segundo ele, ficou preocupada apenas em ocupar espaço na televisão e considera que os candidatos do PT e dos partidos aliados terão bom desempenho neste dia 3.

Lula afirmou que caso Dilma seja eleita, provavelmente ela terá mais apoio no Congresso Nacional do que ele próprio teve. "Ela terá no Congresso muito mais aliados do que eu tive, sobretudo no Senado, onde nossa expectativa de votação é muito boa", afirmou. "Vamos ter uma boa bancada no Congresso."

O presidente disse que uma boa base política pode encorajar a retomada das reformas política e tributária, que ficaram emperradas nos oito anos de seu governo. "A reforma política tem que ser discutida primeiro dentro dos partidos", afirmou. "Quero fazer isso dentro do PT para que a gente possa convencer os outros partidos de que a reforma política é a base para todas as outras reformas", afirmou.

O presidente reclamou da dificuldade para aprovar a reforma tributária. "Vão ser feitas as reformas que os partidos entendem que devem ser feitas", afirmou. "Eu tenho duas propostas sobre a reforma tributária no Congresso. As pessoas concordam quando a gente está elaborando, mas quando chega no Congresso tem algum inimigo oculto que faz com que a reforma não ande", afirmou.Imprensa

Lula disse que deixará o governo daqui a três meses com a consciência tranquila. "Este país deu uma lição ao mundo de democracia e de liberdade de imprensa. É pena que tem gente que confunde liberdade de imprensa com autoritarismo de imprensa. Houve uma certa confusão de alguns senhores que não se deram conta que as pessoas da senzala chegaram à casa grande."

Embora Dilma lidere as pesquisas de intenção de voto, o presidente evitou falar sobre o resultado das urnas após o primeiro turno, neste domingo. "Vamos esperar, vamos esperar", afirmou.

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