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Lula durante inauguração de hidrelétrica em Goiás: novas críticas a FHC | Wilson Dias / ABr
Lula durante inauguração de hidrelétrica em Goiás: novas críticas a FHC| Foto: Wilson Dias / ABr

Pela primeira vez depois do primeiro turno das eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas à imprensa brasileira e disse que a classe política deve "deixar de ter medo" e desafiar o setor. Na noite de segunda-feira, ao participar de um evento organizado pela revista Carta Capital, Lula disse que a falta de coragem dos políticos para enfrentar a mídia tem impedido o país de ter uma imprensa livre. Na campanha do primeiro turno, Lula havia feito várias críticas à imprensa.

"Enquanto a classe política não perder o medo da imprensa, a gente não vai ter liberdade de imprensa neste país. A covardia é muito grande", afirmou Lula no evento "As empresas mais admiradas no Brasil". O discurso do diretor da Carta Capital, Mino Carta, em defesa do governo, foi o ponto de partida para as críticas de Lula. O presidente afirmou que se orgulha de nunca ter precisado almoçar ou jantar em grandes redações, o que revelaria independência. "A única coisa que quero que digam é a verdade, sejam contra ou a favor, mas digam a verdade", disse. "Neste país ser sério é uma afronta."

Lula citou o caso do jornal da Central Única dos Trabalhadores (CUT), proibido de circular por estampar uma foto da presidendiável petista Dilma Rousseff na capa. Sem citar o nome, mas claramente se referindo à revista Veja, ele disse que a capa da revista era uma "acinte à democracia e uma hipocrisia".

Lula também fez críticas ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra, sem citar o nome do tucano. Mencionou a proposta de Serra de elevar o salário mínimo para R$ 600. "Como é fácil prometer em eleição. Quando eu queria dar um aumento de 2% aos aposentados, eu estaria quebrando a Previdência." Lula disse ainda que ao deixar a Presidência vai abandonar o "comedimento". "Ex-pre-sidente é como vaso chinês. Não tem utilidade nenhuma."

Ontem, ao inaugurar seis usinas hidrelétricas em Goiás, Lula criticou o governo de seu antecessor, Fernando Henrique Cargoso. "Tem governante que passou pelo país por muitos anos e não conseguiu inaugurar sequer uma hidrelétrica." Das seis usinas inauguradas, cinco foram leiloadas e concedidas no governo de FHC. Apenas a usina Foz do Rio Claro foi leiloada na atual gestão. As outras cinco inauguradas foram Serra do Facão, Barra dos Coqueiros, Salto do Rio Verdinho, Caçu e Salto.

Lula também reclamou dos antecessores ao dizer que seu governo será responsável pela conclusão da ferrovia Norte-Sul. Segundo ele, 17 anos antes de sua gestão a obra havia avançado apenas 215 km. Garantiu que até dezembro, irá inaugurar 1350 km de ferrovia.

No discurso, o presidente fez elogios ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), dizendo que está levando desenvolvimento e infraestrutura ao país, e ao programa Minha Casa, Minha Vida, ambos coordenados pela então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência.

Agenda

Lula tem uma intensa agenda com a presidenciável Dilma Rousseff na reta final de campanha. Ontem ele gravou novas participações no programa eleitoral de Dilma e à noite fez comício em Goiânia.Amanhã estará com Dilma em Caxias do Sul (RS), e na sexta-feira à pedirá votos em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, para tentar desarmar a ofensiva tucana em Minas Gerais. No sábado a campanha será em São Paulo e no domingo, no Rio.

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