Dilma Rousseff e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em comício nesta segunda em São Paulo| Foto: Ichiro Guerra / Divulgação

A cidade de São Paulo foi cenário, na noite desta segunda-feira (27), do comício de encerramento da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência. Diante de militantes no sambódromo do Anhembi, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva completou seu 20º comício na campanha ao lado de Dilma.

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Em discurso curto, Dilma citou o "encontro com a democracia" do próximo domingo e pediu voto na "mudança e na continuidade do avanço".

"Nós sabemos que lá em 2002 nós vencemos o medo que tentavam implantar nas eleições para impedir que Lula fosse eleito. Novamente nós vamos vencer esse medo", afirmou Dilma, citando "esperança" e "amor pelo Brasil".

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A candidata disse que sua vitória derrotará o "medo e ódio" que adversários tentaram impor ao pleito. "Vai derrotar o medo e o ódio que tentam fazer a característica principal dessa eleição."

Dilma defendeu o "projeto de mudança" do governo Lula. Citou o pagamento da dívida com o Fundo Monetário Internacional e a mobilidade social como resultados do projeto.

Prometeu "saúde, educação e segurança de qualidade" e não deixar que crianças e jovens sejam "vítimas do crack". Disse querer que "o Brasil inteiro seja composto por uma classe média forte, consumidora e pujante".

Ao final, pediu "serenidade" e "determinação" nos últimos dias de campanha. "Para assegurar que nós teremos uma vitória no dia 3 de outubro. Uma vitória da paz, da democracia e da unidade do povo brasileiro".

Lula reforça pedido de voto para Mercadante

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A escolha de São Paulo para o último comício foi vista como tentativa de impusionar a candidatura de Aloizio Mercadante (PT) ao governo paulista, levando o candidato ao segundo turno contra Geraldo Alckmin (PSDB).

A estratégia foi reforçada por Lula, que concentrou seu discurso na promoção da candidatura petista ao governo. "É preciso a gente acabar com essa história de tucano governando São Paulo. Acho que já governaram, já tiveram a chance deles, já mostraram do que são capazes. Está na hora de colocarmos uma estrela para governar esse estado", afirmou Lula.

O presidente inciou sua fala comentando resultados de equipes paulistas no Campeonato Brasileiro. Depois citou a capitalização da Petrobras concretizada na semana passada como "uma coisa sagrada que aconteceu em nosso país".

"Acho que tem o dedo de Deus abençoando 190 milhões pelo que aconteceu", afirmou, sobre a descoberta do petróleo na camada do pré-sal.

Ao citar o passado de Dilma na luta armada contra o regime militar, Lula disse não se envergonhar de seu passado "radical". "Tenho orgulho de ter aprendido com o radicalismo para virar o dirigente politico maduro que viramos", afirmou.

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Ao final, Lula comentou a necessidade do segundo documento no dia da votação e defendeu, citando o presidente da Câmara e vice na chapa de Dilma, Michel Temer (PMDB), uma votação no Congresso em 2011 para "acabar essa história de levar dois documentos".

Momentos antes, o presidente havia se referido a Temer como "vice de Marta Suplicy [candidata do PT ao Senado]", corrigindo-se em seguida.

Sob chuva, ato reúne militantes e cabos eleitorais

O comício reuniu petistas, simpatizantes do partido e cabos eleitorais de candidatos petistas. Filiado há 30 anos ao PT, José da Silva, de 59 anos, não se importava com a chuva que atingiu o sambódromo do Anhembi antes e durante o evento e que atraiu vendedores de capas de chuva.

Silva afirmou tratar-se da "melhor eleição" que já viu. "Tem um número grande de partidos reunidos." Para Silva, a participação de Lula na campanha é importante para o desempenho de Dilma, mas não fundamental. "Não é só o Lula, o povo está feliz com o governo", avaliou.

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Emília de Jesus, de 48 anos, também se dizia otimista com a campanha. Minimizou as denúncias recentes de violações de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB e de suposto tráfico de influência na Casa Civil e disse que são acusações recorrentes em período eleitoral. "Em todo partido tem gente errada", disse, incluindo o PT na resposta.

Ato marca vigésimo comício de Lula e com Dilma

O comício de encerramento em São Paulo foi o 20º com participação de Dilma e Lula desde o início oficial da corrida presidencial, em julho. Foi também o quarto no estado de São Paulo, todos realizados na região metropolitana.

Além de Dilma e Lula, discursaram no comício Mercadante e os candidatos ao Senado Marta Suplicy (PT) e Netinho de Paula (PCdoB).

"Esse não é o último comício do primeiro turno, mas o primeiro comício do segundo turno"", disse Mercadante no ato.

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Lula também já subiu em palanques com Dilma nesta campanha no Rio de Janeiro (RJ), Garanhuns (PE), Curitiba (PR, dois comícios), Belo Horizonte (MG), Osasco (SP), Mauá (SP), São Bernardo do Campo (SP), Campo Grande (MS), Salvador (BA), Recife (PE), Foz do Iguaçu (PR), Valparaíso (GO), Betim (MG), Joinville (SC), Juiz de Fora (MG), Campinas (SP) e Porto Alegre (RS, dois comícios).