O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu na manhã desta terça (14), no Palácio do Planalto, sete ministros para cobrar investigação e esclarecimentos sobre as denúncias que envolvem a ministra Erenice Guerra, da Casa Civil e sobre o caso da quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB.
Segundo relato de um assessor do Planalto, participaram do encontro com Lula os ministros da Fazenda, Guido Mantega; da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins; do Planejamento, Paulo Bernardo; da Justiça, Luiz Paulo Barreto; das Relações Institucionais, Alexandre Padilha; da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage; e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.
Durante a conversa, ínformou o assessor, o presidente pediu que os ministros da Justiça e da Fazenda promovam ainda nesta terça (14) coletivas de imprensa para prestar explicações sobre as denúncias.
Guido Mantega deverá dar informações sobre os vazamentos na Receita Federal. Luiz Paulo Barreto ficou incumbido de falar sobre a entrada da Polícia Federal nas investigações acerca da suposta participação de Erenice em negociações de contratos com órgãos do governo.
Por iniciativa própria, a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, vai pedir que a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério da Justiça investiguem as denúncias de que ela e o filho Israel Guerra teriam intermediado contratos com os Correios mediante pagamento de propina. Até agora, a ministra havia pedido que fosse investigada na Comissão de Ética Pública da Presidência.
Segundo a Casa Civil, Erenice quer a apuração dos atos administrativos da empresa de transporte aéreo MTA com a Agência Nacional de Aviação Civil e os Correios.
Em ofício encaminhado à Comissão de Ética Pública, ela disse estar disposta a abrir os seus sigilos bancário, telefônico e fiscal, se necessário, bem como os de seu filho Israel Guerra.
"Coloco-me à inteira disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais que se façam necessários e que possibilitem a verificação necessária por essa Comissão de Ética da conduta desta servidora pública", diz um trecho do ofício.
O caso
Reportagem da revista "Veja" afirma que o empresário Fábio Baracat participou de reuniões com a ministra da Casa Civil, supostamente intermediadas pelo filho da ministra, Israel Guerra, dono da consultoria Capital.
A finalidade, segundo a publicação, era fechar um contrato de prestação de serviços entre a empresa MTA e os Correios. De acordo com reportagem da revista "Veja", o filho de Erenice Guerra teria cobrado uma "propina" de 6% do empresário Fábio Baracat para intermediar a operação. A publicação diz que o valor seria destinado a saldar "compromissos políticos".
Além da suposta propina, intitulada "taxa de sucesso", assessores da Casa Civil teriam exigido pagamentos mensais, diz o texto. A revista afirma que o contrato entre a empresa de transporte aéreo e os Correios totalizou R$ 84 milhões e que, com a intermediação, o filho da ministra obteve R$ 5 milhões.
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