O presidente Luiz Inácio Lula da Silva volta nesta segunda-feira a São Bernardo do Campo, no ABC paulista, para resgatar sua história. Como nos anos 1970, quando era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Lula deve empunhar cedo o microfone no pátio da montadora Mercedes-Benz, localizada no berço político do PT. O retorno ao chão de fábrica faz parte dos esforços do presidente em eleger em primeiro turno sua candidata à sucessão ao Palácio do Planalto. O ato, programado para as 5h30 da manhã, irá testar a popularidade de Dilma Rousseff no reduto político do presidente, bem como a sua performance em palanque.
Desde a sexta-feira, esse é o terceiro evento em São Paulo no qual Lula pede votos para Dilma. Em meio a essa maratona eleitoral, um esforço concentrado para angariar votos para a sua candidata, Lula deve relembrar amanhã seus momentos no movimento sindical, conduzindo um comício como nos velhos tempos: na porta da fábrica. "Segunda-feira essa mulher (Dilma) vai fazer a primeira experiência dela, às 5 horas da manhã, na porta de uma fábrica lá em São Bernardo do Campo, pra ela saber onde começou a mudança da história deste País", antecipou o presidente na sexta-feira à noite, em comício em Osasco - o primeiro da série de atividades no Estado.
São Paulo foi escolhido pelo PT como uma das prioridades da campanha presidencial de Dilma Rousseff. O maior colégio eleitoral do País, há 16 anos dirigido pelo PSDB, é uma das poucas unidades da federação em que o presidenciável tucano, José Serra, está à frente da petista nas pesquisas de intenções de voto. Durante o comício de Osasco, Lula anunciou que pretende percorrer o Estado para garantir a vitória de Dilma e alavancar a campanha de Aloizio Mercadante ao governo estadual. As últimas pesquisas de intenções de voto apontam que o candidato do PT ao governo paulista não conseguiu ainda atingir o teto eleitoral da sigla em São Paulo, de 25%.
"Vou fazer o que tiver ao meu alcance para fazer o companheiro Aloizio ser governador em São Paulo", afirmou Lula. Após uma hora e meia de comício em Osasco na última sexta à noite, Lula começou o sábado em outro evento, desta vez em Mauá, também na Grande São Paulo. O presidente afirmou que, nos próximos dias, a campanha de Dilma definirá sua participação em outros eventos no Estado.
A última vez que o presidente visitou a unidade da Mercedes-Benz no ABC paulista foi em 2006, na comemoração dos 50 anos da fábrica, menos de um mês após a sua reeleição ao cargo. No evento, Lula relembrou do tempo em que atuava como líder sindical na região. "Eu que venho à porta desta fábrica desde a década de 70, eu que já vivi momentos de glória na porta desta fábrica, já vivi momentos de tristeza, já vi filas de trabalhadores sendo contratados, já vi filas de trabalhadores sendo demitidos", relembrou o presidente na ocasião.
Em visita em junho passado à fábrica da Volkswagen, também em São Bernardo do Campo, Lula havia dito que voltaria ao ABC paulista durante a campanha. Na época, o presidente disse aos funcionários da montadora que não estranhassem caso ele subisse em palanques às 6 horas da manhã.
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