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O marido da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, José Roberto Camargo, negou qualquer envolvimento no suposto esquema de tráfico de influência no governo, em depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (20), em Brasília. A informação foi passada pelo advogado dele, Vinícius Bicalho. Segundo o advogado, Camargo nunca foi sócio da empresa Unicel, citada nas denúncias do suposto esquema, e que o verdadeiro sócio seria um homônimo de seu cliente.

Bicalho explicou que as perguntas feitas durante o depoimento foram relativas às reportagens da revista "Veja" que denunciaram em setembro o suposto tráfico de influências na Casa Civil. Segundo ele, as denúncias não tinham "nada verídico".

"Houve uma maldade nessa coisa porque o dono da empresa é homônimo dele, se chama José Roberto. Então, ou o repórter não se aprofundou na investigação dele, ou ele fez de maldade", disse Bicalho.

De acordo com as denúncias da revista, a empresa de telefonia móvel teria se beneficiado de esquema dentro do governo que validou as outorgas de serviços aprovadas tanto pelo Conselho Diretor da Anatel quanto pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mesmo com a existência de pareceres contrários elaborados pelas áreas técnicas de cada órgão. As notícias veiculadas apontavam para o envolvimento direto do marido de Erenice, que era apontado como um dos sócios da operadora.

Segundo o advogado, o ex-marido de Erenice possui 36 anos de experiência na área de informática e telefonia e era apenas um eventual prestador de serviços na área técnica da Unicel. "A empresa [da área de telefonia] ganhava uma licitação e aí chamava ele para trabalhar na implantação daquele sistema de telefonia", disse.

O advogado disse também que José Roberto Camargo não se negou a responder nenhuma pergunta à PF. O depoimento da tarde desta quarta durou mais de três horas, e foi realizado em Brasília. "Ele não negou, mas não tinha como responder [algumas perguntas], como de funcionários da empresa [Unicel], porque ele não conhecia essas pessoas", relatou.

Bicalho afirmou que o último serviço prestado por Camargo à Unicel foi feito entre 2008 e 2009. "A empresa ficou deficitária e não concluiu uma implantação de telefonia celular em São Paulo. Foi a última vez que ele atuou na empresa", afirmou. "Atualmente, ele não está fazendo nada [profissionalmente], com esse tsunami todo."

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