A suposta falha na gestão de Dilma Rousseff (PT) à frente do Ministério de Minas e Energia que, segundo manchete do jornal Folha de S. Paulo deste domingo, provocou prejuízos de R$ 1 bilhão a consumidores, foi criticada ontem por Marina Silva (PV).

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"Aos poucos se está descobrindo que existe muito pé de barro na gestão. É o descontrole na Receita Federal, é um dado, que está sendo colocado pelo jornal Folha de S.Paulo de que no Ministério de Minas e Energia cometeu um erro que deu um prejuízo de mais R$ 1 bilhão. E aos poucos a falta de transparência, de profissionalização do estado, vai se revelando o grande pé de barro daqueles que pensam que é apenas o poder pelo poder", afirmou Marina durante agenda em Rio Branco na manhã de ontem.

De acordo com reportagem, o Tribunal de Contas da União (TCU) alertou a pasta de Minas e Energia sobre falhas no cálculo da tarifa social de energia, criada no governo de Fernando Henrique Car­doso. O erro provocou gastos indevidos da ordem de R$ 2 bilhões – metade do montante durante a gestão de Dilma Rousseff.

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Outro lado

Dilma Rousseff disse ontem que "sempre achou errada" a lei que criou a chamada tarifa social de energia elétrica, criada em 2002. Contudo, ela se eximiu de culpa por não tê-la alterado no período em que esteve à frente do Ministério de Minas e Energia (2003 a 2005).

Dilma disse que "se esforçou" para contornar o problema, mas citou a falta de um cadastro único para famílias pobres, o que poderia levar à identificação correta das famílias que de fato mereceriam o benefício.

Setembro livre

No segundo dia de visita à sua terra natal, Marina participou ontem da comemoração do "Dia da Amazônia" com crianças, lideranças do PV local e sua família. O evento aconteceu nas imediações do Parque Chico e contou com a presença de Ilzamar Mendes, viúva do líder seringueiro Chico Mendes, morto em 1988, de seus filhos Elenira e Sandino, e da neta Maria Luíza.

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A menos de um mês das eleições, Marina lançou seu "setembro livre", para incentivar os eleitores a votar em quem acreditam. "Esse é o setembro livre para que as pessoas possam votar em quem acreditam, livre da incompetência, livre da incoerência, livre das queimadas e do modelo predatório na Amazônia", completou.

Marina destacou que o Plano Amazônia Sustentável, projeto de combate ao desmatamento, já conseguiu reduzir a destruição da floresta, mas precisaria de um investimento contínuo de R$ 34 bilhões adicionais por 10 anos para acabar com as queimadas e o cultivo ilegal na região. Durante o evento, Marina recebeu o apoio da família de Chico Mendes, que a considera como a única herdeira do legado do líder seringueiro. "Fico imaginando o quanto ele (Chico) estaria feliz vendo você enfrentando os poderosos que impedem você de divulgar sua mensagem", disse Elenira Men­des, apoiadora da campanha de Marina e filiada ao PV.