Belo Horizonte - A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, criticou ontem a relação de proximidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com regimes autoritários como Cuba e o Irã. Mesmo sem condenar por completo a política externa do atual governo, Marina disse que o Brasil perdeu a oportunidade de reafirmar nas relações internacionais seus princípios democráticos ao dar voz ao presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad ou não condenar as prisões políticas em Cuba. A candidata disse que se eleita não dará "audiência" para ditadores.
"Temos de tratar a política externa a partir de princípios e valores", disse, citando a democracia, a defesa dos direitos humanos e a defesa da adversidade." Segundo a candidata, esse princípio vai orientar sua política externa, independentemente de alinhamentos políticos. "Não é pelo fato de termos proximidade ideológica que vamos relativizar esses valores. Também não vamos dar audiência para os ditadores que não respeitam a vida, que não respeitam os direitos humanos e não respeitam a democracia. Dialogar sempre, mas fortalecer essa cultura política jamais", disse.
Marina, contudo, destacou que não considera a atual política externa "como se fosse toda ela equivocada". "Mas nessa questão da defesa dos direitos humanos eu acho que tivemos equívocos que, inclusive, estamos pagando por isso ainda", reiterou.
Durante encontro com jovens apoiadores em Belo Horizonte, a candidata demonstrou contrariedade com a proposta do candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, que defendeu a extinção do Senado argumentando que a instituição "não serve para nada, a não ser para manter oligarquias". De acordo com a senadora licenciada, o Congresso fortalecido é fundamental para a preservação da democracia.
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