A candidata do PV, Marina Silva, fez nos últimos dias uma alteração substancial no tom da campanha. Reduziu os elogios aos acertos dos governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como vinha fazendo, e engrossou as críticas aos candidatos à sua frente nas pesquisas eleitorais - Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). A senadora fecha a campanha enfatizando, mais do que nunca, que os dois são iguais e que a política nacional não melhora nada com a vitória de qualquer um deles.
O comando da campanha insiste que não houve mudança e que Marina sempre se apresentou como via alternativa e renovadora. Isso é parcialmente verdade. Ela continua dizendo que seu projeto de governo vai além do PSDB e do PT, mas agora faz isso de forma menos pacificadora, mais agressiva.
Quem acompanha os debates públicos entre os candidatos pôde perceber que em nenhum deles a candidata verde foi tão preparada para o confronto quanto no encontro na TV Record, no domingo. Ela tinha à mão uma pasta recheada de informações sobre problemas no governo de Serra e na administração de Dilma na Casa Civil.
Sua tática ficou mais visível porque naquele dia os concorrentes baixaram o tom, evitando confrontos. Serra evitou até falar nos escândalos da violação de dados na Receita e de tráfico de influência na Casa Civil. Foi Marina quem pôs os temas na roda. E no dia seguinte voltou à carga, atacando Serra, afirmando que desrespeita a imprensa e se torna agressivo com jornalistas quando fazem perguntas das quais não gosta.
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