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A candidata do PV à presidência da República, Marina Silva, defendeu neste sábado (11) uma apuração rigorosa às denúncias de violação de dados sigilosos da Receita Federal. Marina afirmou que o erro e o dolo não podem ser banalizados e disse que a população brasileira merece uma satisfação do que está ocorrendo.

Nesta sexta-feira, a servidora da Receita Federal Ana Maria Rodrigues Caroto Cano disse à Polícia de São Paulo que foi orientada pela corregedoria do Fisco a obter declarações de 23 pessoas que tiveram o sigilo fiscal violado. O objetivo seria fazê-las afirmar que haviam autorizado o acesso aos dados fiscais, como forma de eximi-la de culpa. Filiada ao PMDB, Ana Maria é uma das servidoras investigadas por acessos imotivados ao Imposto de Renda do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e de outros tucanos. "É preciso apuração, punição e transparência", disse Marina.

A candidata verde não quis vincular o seu crescimento nas pesquisas eleitoras à briga entre a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra na corrida à presidência. De acordo com a última pesquisa Datafolha, encomendada pela TV Globo e jornal Folha de São Paulo, Dilma não foi atingida pelo escândalo da quebra de sigilo fiscal de tucanos por pessoas ligadas ao PT e se manteve na frente, com 50% das intenções de votos. Dilma tem 23 pontos de vantagem sobre o candidato do PSDB à Presidência, que aparece com 27% das intenções de voto. A candidata do PV oscilou de 10% para 11%. Os demais candidatos não somaram 1% das intenções de voto, cada. José Serra se disse indignado com a violação de dados do seu genro, o empresário Alexandre Bourgeois, e de sua filha Verônica Allende Serra.

"Não sou da política do quanto pior melhor. Não faço oposição por oposição. O tempo todo eu discuto propostas. Não entro no jogo do vale tudo para ganhar uma eleição. Não vou me transformar naquilo que estou debatendo. Vou defender uma política séria. Eu discuto com Serra e Dilma respeitando os dois", afirmou.

Depois de se encontrar com jovens do Partido Verde, Marina Silva visitou, junto com o candidato ao governo de São Paulo, Fábio Feldmann, e o candidato ao senado pelo partido, Ricardo Young, uma feira livre na Praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu, na zona oeste da capital. Ela conversou com feirantes e pediu votos. Aos jornalistas, disse que o Brasil precisa adquirir uma cultura de combate ao desperdício. Segundo ela, no Brasil se disperdiça uma quantidade de alimentos necessária para alimentar cerca de 30 milhões de pessoas. Ela disse que há também um desperdício enorme de água tratada.

"Há também cultura do desperdício, inclusive pelo dreno da corrupção, tem que acabar. Nós temos que ter mecanismos de controle para cada vez mais tenhamos eficiência em relação à gestão pública, ao uso dos recursos naturais, dos recursos humanos e dos recursos financeiros", afirmou.

A candidata se disse animada com as pesquisas e afirmou que é muito importante que o eleitor vote em quem acredita. Segundo ela, somente assim será possível levar para o segundo turno uma melhor proposta.

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