A ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, foi acusada por reportagem da revista Veja desta semana de viabilizar negócios nos Correios intermediados por uma empresa de consultoria de seu filho Israel Guerra. A intermediação feita por Israel, segundo a denúncia, teria ocorrido mediante o pagamento de 6% do montante do contrato, pago à empresa de consultoria dele, a Capital. A ministra negou a acusação.
A denúncia é publicada justamente em um momento delicado para o governo federal e para a candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência, logo após ter estourado o escândalo do vazamento de dados fiscais sigilosos de tucanos e quando o PSDB ameaça intensificar os ataques à candidata petista. Erenice foi braço direito de Dilma quando a hoje candidata era ministra da Casa Civil (Erenice era secretária-executiva da pasta antes de assumir o ministério).
Segundo a revista, Erenice se encontrou quatro vezes, fora da agenda oficial, com o empresário Fábio Baracat, ex-sócio da MTA Linhas Aéreas, que atua com transporte de correspondências. Todos os encontros, afirma a revista, aconteceram fora da Casa Civil, sempre com a participação do filho de Erenice. Os encontros englobam tanto o período em que Erenice era subordinada a Dilma quanto o período em que sucedeu a candidata petista no comando da Casa Civil, em abril.
Baracat relatou à revista que, na última reunião, Erenice supostamente teria cobrado um pagamento atrasado à empresa do filho informando que o dinheiro teria fins políticos: "Entenda, Fábio, que nós temos compromissos políticos a cumprir, teria dito a ministra, segundo a Veja.
Depois dos encontros com Erenice, intermediados por Israel, a MTA conseguiu contratos no valor total de R$ 84 milhões com os Correios. Logo depois, a MTA depositou R$ 5 milhões na conta da consultoria do filho da ministra a título de pagamento pelo "êxito" nas negociações.
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