A Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo pediu ontem que a candidatura à reeleição do deputado federal Paulo Maluf (PP) não seja aceita pela Justiça Eleitoral. O parlamentar teve o registro contestado com base na Lei da Ficha Limpa, que torna inelegíveis candidatos condenados por colegiados de tribunais nos casos enquadrados pela legislação. A procuradoria decidiu questionar a candidatura de Maluf por causa da decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), na segunda-feira, de não acatar recurso (embargo de declaração) apresentado pela defesa do deputado contra a condenação por participação em esquema de superfaturamento na compra de frangos em 1996, quando Maluf era prefeito de São Paulo. Em abril, o tribunal reverteu decisão que havia inocentado o parlamentar das acusações. Ainda tramita no TJ outro recurso da defesa.
Malufismo
Desde 1969 na vida pública, quando foi nomeado prefeito de São Paulo durante a ditadura militar, Maluf é um dos últimos políticos brasileiros que têm seu nome associado a um movimento de seguidores incondicionais, o malufismo. Nos anos 1980, quando Maluf teve seu auge em termos de força política, disputou a Presidência da República pelo voto indireto no Colégio Eleitoral e acabou derrotado pela chapa encabeçada por Tancredo Neves. Desde a redemocratização do país, Maluf concorreu, novamente e sem sucesso, à Presidência por uma vez, ao posto de governador em quatro ocasiões e ao cargo de prefeito da capital por cinco vezes, sendo eleito apenas uma vez prefeito, em 1992.
Desde 1986, o parlamentar só não disputou mandatos em 1994, quando ocupava pela segunda vez a prefeitura no primeiro mandato, durante a ditadura militar, ele foi prefeito biônico , e em 1996, optando por ser cabo eleitoral de seu ex-secretário municipal Celso Pitta, que conquistou a prefeitura de São Paulo.