Na última semana antes do primeiro turno da eleição, os três candidatos à Presidência da República mais bem colocados nas pesquisas de intenção de votos preveem eventos de porte e se preparam para os dois últimos debates na televisão.
A cúpula da campanha de Dilma Rousseff (PT) promete "cabeça fria". A coordenação da campanha de José Serra (PSDB) afirma que estuda uma "posição alternativa" para os últimos dias do primeiro turno. A campanha de Marina Silva (PV), por sua vez, aposta em "surpresa" sobre o segundo turno.
Pesquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira (24) apontou Dilma com 50% das intenções de voto contra 28% de Serra. Marina apareceu com 12%.
Neste domingo (26), Dilma, Serra, Marina e o candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, participam de debate na TV Record. Na próxima quinta (30) será a vez dos quatro participarem do último debate antes da votação do primeiro turno, na TV Globo.
Dilma
A campanha de Dilma terá o "último ato político" antes das eleições nesta segunda (27), conforme sua assessoria. Será no Sambódromo de São Paulo e contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os candidatos ao governo do estado, Aloizio Mercadante (PT), e ao Senado Marta Suplicy (PT) e Netinho de Paula (PCdoB).
O deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara dos Deputados e um dos coordenadores da campanha de Dilma, disse que a última semana será tocada com "cabeça fria".
"Primeiro acho que nossa base será cabeça fria para deixar a baixaria com o Serra. Vamos continuar convencendo a população a escolher o Brasil que está dando certo. O Brasil do Lula, da Dilma, do povo brasileiro. A Dilma é nosso foco", afirmou.
"Nós temos que ter calma e não entrar na baixaria do adversário porque o vale-tudo é com Serra. Para eles, os fins justificam os meios", completou Vaccarezza.
Serra
O senador Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB e coordenador da campanha de Serra, destacou que há possibilidade de um "posicionamento alternativo" nos últimos dias antes do primeiro turno, mas não quis destacar o que seria essa mudança de postura.
"Agora tem fato novo que pode alterar nosso rumo. Dilma está em processo de declínio e nos leva a um posicionamento alternativo, que não está resolvido ainda", disse ao G1. Questionado sobre se o posicionamento alternativo seria uma postura mais agressiva, ele repetiu: "O posicionamento alternativo não está resolvido ainda".
Segundo Sérgio Guerra, a última semana terá eventos para marcar a campanha de Serra. Ele disse que não tinha dados precisos sobre a agenda nesta semana. O senador comentou ainda a estratégia do PSDB de enviar cartas aos eleitores nos últimos dias. Segundo ele, é para aproximar o eleitor da campanha. "Foi um esforço de toda a campanha."
A ideia, afirmou Guerra, é usar os debates para mostrar a "competência" de Serra. "No debate vamos mostrar nossa competência, nossa proposta. Demonstrar que ela [Dilma] não tem propostas."
Marina
O coordenador nacional da campanha de Marina Silva, João Paulo Capobianco, citou que a campanha da candidata terá eventos na Grande São Paulo (Diadema e Guarulhos), Minas Gerais (Belo Horizonte) e região Norte (Belém) na última semana antes do primeiro turno.
"Nós vamos, na verdade, seguir o nosso caminho como desde o início. Contato forte com os eleitores, mas mantendo a discussão de propostas e projetos. Visão de projeto, programa, debate, e não de embate", disse.
Capobianco diz ainda que os debates desta última semana vão ajudar a candidatura de Marina a ser uma "surpresa".
"São debates extremamente importantes, os últimos em rede nacional de grande alcance, após toda essa mudança no quadro eleitoral, com crescimento nosso de forma bastante consistente. Você tem novo cenário com boa perspectiva de disputa pelo segundo turno. Existe possibilidade de surpresa sobre quem estará no segundo turno."
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