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A candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse nesta terça (14), em Brasília, que as denúncias de tráfico de influência envolvendo a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, não a atingem.

"Não me sinto atingida. É mais um factoide", afirmou a candidata. Questionada se a Casa Civil é uma "central de corrupção", conforme definição do adversário José Serra (PSDB), a presidenciável petista respondeu: "Tenho absoluta certeza que não".

Dilma deu as declarações na tarde desta terça (14), em Brasília, onde assinou um termo de compromisso com o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).

A candidata fez elogios a Erenice Guerra, ex-auxiliar e sucessora dela na Casa Civil, afirmando que a atual ministra tem "experiência, capacidade e compromisso público".

Questionada se aconselharia Erenice a se afastar do cargo, Dilma refutou a possibilidade. "Não dou conselhos desse tipo, porque não acho correto o processo que ocorre no Brasil de você, antes que tenha provas, condenar uma pessoa e transformar essa pessoa numa pessoa pária", declarou.

A candidata petista disse manifestar confiança no desejo da ministra da Casa Civil de facilitar as investigações sobre o caso. "Tenho certeza que, em relação à ministra Erenice, pelo que conheço dela, ela se empenhará nessa apuração. Tenho absoluta certeza disso."

Dilma listou todas as medidas adotadas pelo governo e pela própria Erenice para esclarecer o caso. "Hoje, concretamente, o que estamos vendo é o governo tomando providências. Inclusive a própria Casa Civil, a ministra Erenice abrindo suas contas, seu telefone, seu sigilo fiscal, abrindo todas as informações bancárias e ao mesmo tempo pedindo a investigação da CGU de todos os contratos dos Correios, pedindo investigação da Polícia Federal e a avaliação da Comissão de Ética da Presidência", relatou.

A presidenciável não quis comentar se, em razão do escândalo, Erenice teve diminuídas as chances de ocupar um cargo em um eventual governo dela. Dilma afirmou que, se eleita, o novo governo só irá existir "depois do dia 3 de outubro", e que, até lá, "não há nenhum nome certo".

A candidata voltou a dizer que seus adversários tentam "ganhar a eleição no tapetão" e atribuiu a onda de denúncias ao seu crescimento nas pesquisas.

"Tenho sido objeto de acusações sistemáticas. A partir do momento em que eu comecei a crescer nas pesquisas, comecei a sofrer acusações de toda ordem. Algumas se provaram -- até porque a própria Justiça não lhes deu guarida -- em uma tentativa de ligar a minha campanha a fatos que nada têm a ver com ela", afirmou.

"Extirpar o DEM"

A candidata petista também comentou as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o DEM. Em comício em Joinville (SC), Lula disse que a população deveria "extirpar" o DEM da política brasileira.

Dilma justificou a afirmação dizendo que pretende "ganhar no voto" dos seus opositores. "Para quem falou que iria acabar com a minha raça, não dá para se queixar de nada. Estamos falando em luta política. Estamos falando que ganharemos deles no voto. É completamente diferente do que eles queriam fazer conosco. Conosco, eles queriam ganhar no golpe. Nós vamos ganhar no voto", afirmou Dilma.

Ela se referia à frase do ex-senador Jorge Bornhausen (DEM), que, em relação ao PT disse em 2005: "Vamos nos ver livres dessa raça por pelo menos 30 anos". "Sou uma sobrevivente de um processo de extermínio", ironizou.

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