Erenice com Dilma, quando elas trabalhavam na Casa Civil: braço direito da candidata| Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

Oposição pede que MPF abra investigação

A oposição protocolou ontem duas representações na Pro­­­curadoria-Geral da República com pedido para que o Ministério Público Federal (MPF) investigue a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, por suspeita de tráfico de influência, formação de quadrilha e prevaricação, entre outros crimes. Uma ação é assinada pelo PSDB e PPS e a outra é do DEM.

O PSDB e o PPS pedem que o Ministério Público estenda as investigações a familiares, assessores, servidores públicos e eventuais "laranjas" que possam ter sido usados pela ministra para viabilizar negócios nos Correios intermediados por uma empresa de consultoria de propriedade de seu filho, Israel Guerra.

Os tucanos, junto com o PPS, querem descobrir as reais atividades desenvolvidas pela em­­­presa de Israel Guerra. Os oposicionistas suspeitam que a empresa dele promove investigações particulares.

Em outra ação, o líder do DEM na Câmara dos Deputados, Paulo Bornhausen (SC), também pede a abertura de uma investigação para apurar se Erenice teria atuado para viabilizar negócios nos Correios. Na ação, Borhausen pede que Erenice, Israel e o ex-assessor da Casa Civil Vinícius de Oliveira Castro sejam responsabilizados criminalmente se ficar comprovado que houve lobby para beneficiar empresas privadas dentro do governo.

Folhapress

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Veja as mudanças para aumentar o sigilo fiscal de políticos
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Coube ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o comando da contraofensiva do governo e da coordenação da campanha da petista à Presidência, Dilma Rousseff, para inocentar a ministra Erenice Guerra das acusações de envolvimento em tráfico de influência na Casa Civil. O governo também pretende jogar no presidenciável tucano, José Serra, a culpa pela repercussão das denúncias que também envolvem um auxiliar, um filho e familiares da ministra.

Erenice Guerra, que sempre atuou como braço direito de Dilma, animou-se com o apoio do presidente. Ao saber que ficaria no governo, divulgou nota à imprensa com ataques a Serra, qualificando-o de "aético" e "derrotado".

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"Chamo a atenção do Brasil para a impressionante e indisfarçável campanha de difamação que se inicia contra minha pessoa, minha vida e minha família, sem nada poupar, apenas em favor de um candidato aético e já derrotado, em tentativa desesperada da criação de um fato novo que anime aqueles a quem o povo brasileiro tem rejeitado", disse ela.

Lula e o comando da campanha de Dilma mostravam muita preocupação com a possibilidade de as denúncias contra Erenice tirarem votos de Dilma. Por isso decidiram pela rápida reação. Pela manhã, o presidente chamou os ministros mais próximos para uma conversa. Concluíram que o melhor seria anunciar que a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) vão investigar se Israel Guerra, filho da ministra, está envolvido num esquema de tráfico de influência dentro da Casa Civil e cobrança de propina de empresários, como denunciou a revista Veja. A investigação não incluirá, porém, a ministra.

Lula determinou que o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, convocasse entrevista coletiva para informar a entrada da Polícia Federal no caso, e que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciasse uma medida positiva na sua área, para se contrapor às denúncias de quebra de sigilo fiscal de contribuintes, fato muito explorado pela campanha de Serra.

A exemplo de Barreto, Man­­­tega convocou entrevista coletiva. Anunciou que o sigilo fiscal de políticos ficará mais protegido do que o dos demais cidadãos (veja as medidas anunciadas em quadro nesta página).

Em seguida, a defesa do governo ficou por conta do ministro Jorge Hage, da Controladoria-Geral da União (CGU). Ele afirmou que a CGU vai auditar contratos mencionados nas reportagens sobre supostas irregularidades na Casa Civil. A respeito dos pedidos feitos formalmente por Erenice para que a PF e a Con­­troladoria analisem as reportagens, Hage comentou: "É importante que ela manifeste interesse em esclarecer o caso e isso influencia na prioridade da apuração." Mas não há prazo para as respostas. O governo trabalha com calendário curto – 18 dias – para abafar o tema, pois a eleição presidencial será no próximo dia 3 de outubro.

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Já Dilma, que no debate entre os candidatos na RedeTV!, no domingo, se recusou a dizer que poria a mão no fogo por Erenice, além de pedir que todas as denúncias fossem apuradas da forma mais severa possível, também concedeu entrevista para defender sua ex-auxiliar tanto no Ministério de Minas e Energia quanto na Casa Civil.

Marcada para as 15h30 de ontem, a entrevista de Dilma só ocorreu duas horas depois. Dessa vez, Dilma apoiou Erenice e também acusou Serra de estar por trás das denúncias contra Erenice.

A ministra da Casa Civil não se contentou apenas com a nota à imprensa. Divulgou outras duas, nas quais apresentou cópia dos ofícios encaminhados ao Ministério da Justiça e à Con­­­troladoria-Geral da União em que pede para ser investigada.

No primeiro, solicitou a adoção de "procedimentos cabíveis" para averiguar as denúncias contra ela e sua família (no dia anterior a própria Polícia Federal já havia anunciado que iria entrar no caso); no segundo, requereu à CGU auditoria em contratos e procedimentos que passaram por ela.

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As denúncias contra a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, prejudicam a campanha presidencial da petista Dilma Rousseff?

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