O presidente Lula disse ontem, em Caruaru, a 130 quilômetros do Recife, que o seu governo mudou paradigmas e que quem o suceder terá de trabalhar muito. "Aprendemos o caminho das pedras e daqui para a frente ninguém volta para trás nesse país", afirmou. Lula foi a Pernambuco para dois compromissos institucionais: entrega da sede do câmpus do agreste da Universidade federal de Pernambuco e inauguração do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia (IFPE).
Aclamado pelos futuros estudantes do IFPE, Lula reforçou que o Nordeste brasileiro nunca recebeu tantos investimentos como no seu governo. Observou que hoje, ao se chegar em cidades do interior nordestino, as pessoas "pedem universidades e escolas técnicas". Lembrou porém, não ter discriminado outros estados ou regiões. "Não queremos mais ser tratados como parte inferior do país, queremos ser iguais", afirmou o presidente, depois de desfiar empreendimentos que o governo federal realiza em Pernambuco e na região.
O momento mais emotivo da programação ficou com a futura estudante do curso técnico de Segurança no Trabalho da IFPE, Rosângela Ximenes. Ao lado do filho Marcelo, de 21 anos, que faz faculdade, ela falou da dificuldade de criar sozinha os dois filhos e da impossibilidade de estudar por ser pobre. Conseguiu que os dois entrassem na universidade e agora vai se profissionalizar. Lula se emocionou.
O presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Ian Evanovich, um dos oradores, agradeceu ao presidente por ter cumprido todos os 13 compromissos assumidos com a instituição ao ser eleito pela primeira vez. O ministro da Educação, Fernando Haddad, aproveitou a deixa para fazer uma reflexão sobre as críticas a movimentos sociais que aplaudem o presidente e por isso são chamados de "chapa branca": "o movimento social adere ao governo ou o governo aderiu ao movimento social?", indagou ele ao acrescentar: "o que está em disputa é quem será capaz de levar à frente a agenda do presidente".
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