Brasília, Recife e Campinas - Integrantes do PSDB subiram o tom ontem ao comentar a demissão de Erenice Guerra e as denúncias de lobby na Casa Civil. No Recife, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, disse que se trata de um caso de polícia que teve uma solução de política. "Eu acho que o caso não era da política, era de polícia. Mas a solução foi da política", afirmou.
Para Guerra, a presidenciável petista Dilma Rousseff deve explicações, já que Erenice era seu braço direito no Ministério das Minas e Energia e na Casa Civil. "A campanha da Dilma é o maior estelionato da vida [política] brasileira", afirmou. O presidente do PSDB disse que o presidenciável José Serra não falaria sobre o caso, pois foi orientado pela coordenação da sua campanha.
Em Campinas (SP), no entanto, Serra cobrou uma investigação rigorosa e lembrou os "sucessivos escândalos" na Casa Civil. "A saída [da ministra] é um primeiro passo. Tem que ver as investigações agora, porque até ontem [quarta-feira] estavam dizendo que era uma jogada eleitoral", disse o tucano. "Estavam procurando jogar areia nos olhos com essa história. Essa é uma questão que tem a ver com os rumos do Brasil. São sucessivos escândalos na Casa Civil nos últimos anos."
Confissão
Na avaliação do líder em exercício do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), a demissão Erenice Guerra deve ser interpretada como uma "confissão". Para ele, Erenice não pode aparecer isoladamente no epicentro do escândalo, porque há uma parceria dela com Dilma a ser lembrada. "Ela [Dilma] quer ser mãe do PAC, mãe dos brasileiros. Mas quando o filho é feio ela despreza, não quer ser nem madrasta?", provocou o tucano. "Dilma é responsável pela indicação da Erenice, tem de dar explicações sobre o comportamento dela."
Para o líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), a demissão de Erenice Guerra "não é suficiente" para dar uma resposta sobre as denúncias. "É o mínimo que o governo poderia fazer, mas ainda é pouco", disse. Almeida cobrou uma "assepsia na Casa Civil", que segundo ele se transformou num "laboratório de crimes, inclusive eleitorais". O líder acusou o governo Lula de não desmontar a estrutura que teria sido montada na Casa Civil pelo então ministro José Dirceu. "O biombo permaneceu lá", afirmou.
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