Brasília - Lideranças do PT passaram a adotar ontem a estratégia de dizer em entrevistas que Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) têm a mesma posição em relação ao aborto: a de que são contra e não defendem a alteração da legislação atual, que prevê essa possibilidade apenas nos casos de estupro e risco de vida à mãe.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que tirou férias para se dedicar à campanha de Dilma, disse que a polêmica não tem razão de ser. "Tem temas sobre os quais não existe diferença entre os candidatos. Os dois candidatos têm a mesma posição sobre o aborto: são contra", afirmou.
O presidente nacional do PT e coordenador nacional da campanha, José Eduardo Dutra, repetiu a afirmação de Padilha: "Esse é um tema em que não há nenhuma diferença entre Dilma e Serra. "Eles pensam exatamente a mesma coisa. Há uma legislação, e a Dilma já disse claramente que não vai propor mudança nela."
As declarações fazem parte da estratégia do PT de tentar tirar a candidata da defensiva em relação ao tema. Antes da campanha, ela se declarou a favor da descriminalização do aborto. Agora, pressionada pelo eleitorado religioso, mudou de posição.
Faz parte da estratégia ainda desfazer o que o PT chama de "guerra suja" dos adversários. Dutra disse ontem que o PT solicitou à Polícia Federal que abra inquérito para apurar quem são os responsáveis por um panfleto distribuído anontem em um encontro do PSDB, em Brasília, que incita militantes a divulgar na internet que, caso eleita, Dilma tentará impor a legalização do aborto, a prostituição, a perseguição dos cristãos e a limitação da liberdade religiosa.
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