Para o Ministério da Justiça, as revelações de Romeu Tuma Jr. foram fruto de um sentimento de vingança do ex-secretário, demitido do cargo em junho passado sob a suspeita de envolvimento com o chinês Li Kwok Kwen, preso como chefe de um esquema de fraudes em importação de produtos eletrônicos.
Ressentido, Tuma Jr. deixou o cargo atirando: "A verdade virá à tona! Vão surgir fatos que vocês vão se arrepiar, aguardem", avisou, em entrevista, após ser exonerado por Luiz Paulo Barreto. O ex-secretário jurou inocência e afirmou que foi vítima de uma conspiração de "setores mafiosos" contra seu trabalho, com a participação de políticos e dirigentes do próprio governo. "Tem muita gente envolvida, políticos também", afirmou. "Vocês verão coisas cabeludas. Confio na Justiça, o tempo vai restabelecer a verdade."
Barreto negou que o Ministério tenha sofrid pressão do Planalto em torno da candidatura governista e também informou que requisitou à revista Veja os áudios para se manifestar sobre as acusações com mais propriedade.
Jogo pesado
Segundo Tuma Jr. disse à revista, há no governo Lula um jogo pesado. Ele reafirmou todo o teor da conversa com Abramovay. "O Pedro reclamou várias vezes que estava preocupado com as missões que recebia do Planalto", afirmou. "Ele me disse que recebia pedidos da Dilma [Rousseff] e do Gilberto Carvalho para levantar coisas contra quem atravessava o caminho do governo."
Para o ex-secretário, existe uma pressão escusa sobre o Ministério. "Para atingir determinados alvos, lança-se mão inclusive de métodos ilegais de investigação; ou você faz o que lhe é pedido sem questionar, ou passa a perseguido", disse. "Foi o que aconteceu comigo."
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