Cândido Vaccarezza, líder de Lula na Câmara: candidato à presidência da Casa tenta acordo com o PMDB| Foto: Marcelo Casal/ABr

Deputados federais do PMDB do Paraná defendem que o partido mantenha no futuro governo de Dilma Rousseff (PT) os seis ministérios que já tem hoje na administração de Lula. E acreditam que os paranaenses da legenda poderão ter participação neste processo, até pela atuação que o partido teria tido na eleição nacional deste ano.

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Um dos que acreditam que o PMDB deveria manter os seis ministérios é Reinhold Stephanes, que no segundo governo de Lula ocupou a pasta da Agricultura. Ele afirma que parte dos ministros peemedebistas do atual governo deverá permanecer para o próximo ano. O deputado federal reeleito Osmar Serraglio (PMDB) também defende a opinião de que as seis cadeiras permaneçam com o partido. "Não deve mudar muito nessa transição", afirma Serraglio.

O deputado diz acreditar que o atual governador do Paraná, Or­­lando Pessuti (PMDB), assuma um cargo "expressivo" no governo de Dilma pelo fato de ter deixado de concorrer à reeeleição ao governo do estado nestas eleições para apoiar Osmar Dias (PDT). Pessuti é cotado para assumir uma pasta destinada a preparar o país para a Copa do Mundo de 2014.

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Osmar Dias, aliás, também é cotado para assumir o ministério da Agricultura. Neste caso, ele disputa o posto com mais um peemedebista, o atual ocupante do cargo, Wagner Rossi. Ontem, o atual ministro afirmou que "cumpre ordens do partido". Ele relatou que membros do PMDB chegaram a discutir sobre especulações de cargos na festa de comemoração da eleição de Dilma, no domingo. "Mas o [vice-presidente eleito Michel] Temer foi taxativo e disse que não era o momento de negociar e que a composição do governo ficará a cargo da presidente Dilma", afirmou. "É lógico que o partido será chamado por ela e que iremos contribuir", completou.

Segundo o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), os peemedebistas preparam para amanhã uma reunião interna para discutir a transição no governo. Segundo ele, o clima é de divisão de tarefas. "Temos o sentimento de que o partido voltou ao poder", afirmou na noite de domingo.

Segundo ele, a legenda teve participação decisiva no resultado, principalmente no segundo turno. "Mostramos que o PMDB está organizado e presente." No Paraná, o feito foi impedir uma vitória ainda maior de Serra. "A oposição falava em uma vantagem de 1,5 milhão de votos para o Serra no estado. Graças também ao esforço do PMDB, cortamos isso pela metade." Serra venceu Dilma no Paraná por uma diferença de 633 mil votos.