O governador do Paraná, Orlando Pessuti (PMDB), e o governador eleito, Beto Richa (PSDB), decidiram nesta quara-feira (13), em reunião no Palácio das Araucárias, sede provisória do governo estadual, que os projetos que possam comprometer a receita do estado a partir do próximo ano serão discutidos entre ambos e os integrantes da comissão de transição. "Nós sempre tivemos uma boa relação de trabalho e poderemos levar a transição com tranquilidade", disse Pessuti. Segundo ele, o estado será entregue "devidamente arrumado e ajustado do ponto de vista administrativo e do ponto de vista financeiro".
Apesar da amizade ressaltada por ambos, o apoio político no segundo turno das eleições nacionais é diverso. Enquanto Richa promete dedicar-se de "corpo e alma" para a eleição de José Serra (PSDB), Pessuti aproveita todos os horários fora do expediente para a campanha de Dilma Rousseff (PT). Até por esse motivo, decidiram que a comissão de transição terá a primeira reunião somente no dia 3 de novembro. "Não quero que possamos ter qualquer tipo de consideração sendo feita em função de uma disputa eleitoral", justificou Pessuti.
Entre os assuntos que serão discutidos pelo governador em exercício e pelo futuro estão o índice de reajuste do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o plano de custeio da Paraná Previdência e as propostas de emenda à Constituição (PEC) que tratam do reajuste salarial para algumas categorias, como a dos professores e dos policiais. "São assuntos que têm impacto na questão financeira e orçamentária do Estado", disse Pessuti. "Vamos evidentemente discuti-los."
Já na questão da criação da Defensoria Pública houve acordo e o projeto segue a tramitação normal na Assembleia Legislativa, assim como a criação de secretarias da Mulher e de Relações Internacionais. "A maioria dos projetos deve tramitar normalmente", disse o governador.
Pessuti pretende também deixar pronto para o próximo governador um projeto sobre possível construção de uma ponte sobre a Baía de Guaratuba. Ele também quer promover uma discussão mais ampla sobre a construção de um porto em Pontal do Paraná, que pode ser feito em parceria com a iniciativa privada.
Visita de cortesia
Richa disse que aquela era a primeira vez em que entrava no gabinete provisório do governador, de onde não chegará a despachar, pois a previsão é que o Palácio Iguaçu seja reinaugurado no dia 19 de dezembro, após passar por uma reforma. Segundo ele, sua presença lá era apenas uma "visita de cortesia".
"Nós conversamos superficialmente, os técnicos designados por mim e pelo Pessuti vão tratar com mais tranquilidade", afirmou. Richa ressaltou que os programas que vêm dando certo, como o Luz Fraterna, a Tarifa Social da Água e o Trator Solidário, continuam e serão ampliados. "Não tenho dificuldades em manter o que há de bom e muito menos a necessidade de desmerecer ou eliminar avanços conquistados por governos anteriores."
O governador eleito destacou a expectativa de uma transição tranquila, apesar dos lados opostos na campanha nacional. "Vocês conhecem meu estilo de agregar, nunca deixei que divergências partidárias e que o momento eleitoral se sobrepusessem ao interesse público", afirmou. "Eu e o Pessuti sabemos separar muito bem as coisas, somos políticos, temos que ter um lado, acreditamos numa ou noutra proposta, mas as questões administrativas estão preservadas."
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