PT também fará defesa irrestrita da democracia
Em outra frente para tentar atrair os eleitores descontentes com o PT, o programa de governo de Dilma Rousseff vai pregar a defesa irrestrita da democracia e da liberdade de imprensa e de expressão além da liberdade religiosa.
Brasília e Teresina - De olho no voto do eleitor religioso, a candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, se comprometeu ontem, caso seja eleita, a não enviar ao Congresso Nacional projetos de lei para legalizar o aborto e a união civil entre homossexuais, para mudar o registro civil de transexuais e para criminalizar a homofobia. Todos esses pontos, agora renegados por Dilma, faziam parte da primeira versão do polêmico 3.º Plano Nacional de Direitos Humanos, elaborado pelo governo Lula no ano passado.
Em reunião realizada ontem no almoço em Brasília, com a presença do presidente Lula e de 51 lideranças evangélicas, ficou acertado que Dilma irá assinar uma carta assumindo esses compromissos e na qual ela garantirá a manutenção da liberdade religiosa no país.
"Não vamos enviar nenhuma lei deste tipo ao Congresso, com relação à lei de aborto e outras", disse Dilma horas mais tarde, em Teresina, Piauí. "Ficamos de discutir os termos de uma carta-compromisso. Agora, o grande compromisso que assumo, que o Estado é laico e não vai interferir em questão religiosas. O Estado não será de uma religião."
Dilma frisou também que a união civil entre homossexuais não é questão relativa à religião. Segundo ela, o casamento entre gays diz respeito às igrejas. Já a união estável é uma questão de Direito Civil entre cidadãos e não de caráter religioso, explicou.
Dilma disse também que não pode conceder direitos a um tirando o direito dos outros, ao se referir ao projeto de lei que criminaliza o preconceito contra homossexuais, condenado pelas igrejas evangélicas. "O preconceito contra o homossexual, temos que condenar. A parte relativa a criminalizar as igrejas, quando dentro delas existe manifestação que elas não aceitam [a homossexualidade], isso é um absurdo. Criminalizar é um excesso. Tem que ter equilíbrio. Não podemos exigir que as igrejas aceitem com aquilo que elas não concordam", disse a petista. "A lei pune a discriminação e o preconceito dele. Tem uma parte da lei [na verdade, o projeto de lei] que está errada, porque torna crime o que não deve ser crime."
A guinada conservadora na campanha da petista ocorre para estancar a perda de votos no segmento religioso, principalmente em função da posição anterior de Dilma em relação ao aborto. Em 2007, ela afirmou ser a favor da legalização da interrupção da gravidez o que gerou uma forte reação contra a candidata entre padres, pastores e eleitores religiosos. No final do primeiro turna da eleição deste ano, Dilma mudou de posição. Mas não conseguiu reverter a insatisfação desse eleitorado o que agora tentará fazer ao assinar a carta-compromisso.
As lideranças evangélicas que se reuniram ontem com Dilma prometeram anunciar, nos cultos que celebram, o apoio à candidatura de petista.
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