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Amaury Ribeiro Jr. chega à PF em Brasília para prestar depoimento: jornalista voltou a dizer que levantou dados para abastecer guerra interna do PSDB | Sérgio Lima / Folhapress
Amaury Ribeiro Jr. chega à PF em Brasília para prestar depoimento: jornalista voltou a dizer que levantou dados para abastecer guerra interna do PSDB| Foto: Sérgio Lima / Folhapress

Deputado nega versão e diz que Ribeiro é covarde

O deputado federal Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) rebateu as afirmações do jornalista Amaury Ribeiro Jr. sobre seu suposto envolvimento em um esquema de espionagem de dados fiscais de dirigentes do PSDB e de pessoas ligadas ao presidenciável José Serra.

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Brasília e Rio de Janeiro - A Polícia Federal indiciou ontem o jornalista Amaury Ribeiro Jr., que encomendou informações fiscais de pessoas ligadas ao presidenciável José Serra (PSDB). Para a PF, ele cometeu violação de sigilo fiscal e corrupção ativa, usou documento falso e deu ou ofereceu vantagem a testemunha. O jornalista foi indiciado depois de ser ouvido pela quarta vez.

Em um depoimento de cerca de seis horas na Polícia Federal em Brasília, Ribeiro confirmou ontem o conteúdo das informações prestadas anteriormente, como o fato de ter encomendado informações fiscais de pessoas ligadas a Serra. Ex-jornalista do jornal O Estado de Minas, Ribeiro voltou a atribuir ao deputado federal Rui Falcão (SP), ex-coordenador da campanha da presidenciável do PT, Dilma Rousseff, o furto das informações que ele armazenava em seu notebook em um quarto de hotel em Brasília. O jornalista reforçou ainda a versão de que se valeu apenas de dados desprotegidos por sigilo.

Ribeiro se valeu do direito de ficar calado para não responder novas perguntas, como por exemplo quando foi questionado sobre pagamentos em duas parcelas, que totalizaram R$ 5 mil, em se­­tembro deste ano, para que o despachante Dirceu Rodrigues Garcia não revelasse sua ligação com ele e seu envolvimento na compra de dados fiscais sigilosos junto às delegacias da Receita Federal em Santo André e Mauá (SP).

Garcia declarou à polícia que Ribeiro o contratou para obter informações fiscais de familiares e aliados de Serra – entre eles a filha de Serra, Veronica, e o genro do presidenciável, Alexandre Bour­geois. Essas informações foram parar em um dossiê que circulou na pré-campanha petista. Garcia disse ter recebido R$ 12 mil em dinheiro, em outubro de 2009, para obter as informações. No mês passado, teria recebido R$ 5 mil "para ficar calado".

A PF avalia que o inquérito sobre a quebra de sigilo deve ser concluído nos próximos dias. Apesar dos indiciamentos, o jornalista não será preso.

No último depoimento na PF, no dia 15 deste mês, Ribeiro disse que iniciou a apuração de dados de tucanos porque soube que uma equipe liderada pelo deputado federal Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), ligado a Serra, estaria reunindo munição contra o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves. Nessa época, Serra e Aécio disputavam a indicação do PSDB para concorrer à Presidência da República.

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