Por que quero ser presidente

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Conquistas definitivas

Eu quero ser presidente da República do meu país para seguir mudando a qualidade de vida e a geração de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras; para consolidar as conquistas sociais e econômicas que tiraram da pobreza 28 milhões de brasileiros e elevaram à classe média outros 36 milhões. Vejo à minha frente um Brasil economicamente muito mais forte e socialmente muito mais justo. No governo do presidente Lula, no qual tive a mais rica experiência política e administrativa de toda a minha vida, mostramos que estabilidade econômica, crescimento, empregos com carteira assinada, investimentos públicos e privados, inclusão social acelerada não são coisas excludentes; ao contrário, são coisas que se complementam, fortalecem o país e, sobretudo, as pessoas.

Eu quero ser presidente para que essas conquistas se tornem definitivas e permitam promover um salto ainda maior porque sei que o povo brasileiro recuperou a autoestima e quer sonhar ainda mais alto.

E como nós podemos seguir mudando? Vamos partir de um modelo bem-sucedido para consolidar essas conquistas e avançar ainda mais em áreas que exigem muita atenção e empenho como saúde, educação, segurança e combate às drogas, para atingir esse estado de pleno emprego que o país está prestes a conquistar. Enfim, um novo governo que complete a grande obra aberta pelo presidente Lula.

Vamos completar o modelo que voltou a conjugar o conceito de crescer com prosperidade social, ausente há tanto tempo do nosso país, e avançar mais. Avançar, por exemplo, na educação de qualidade, valorizando o professor e assegurando igual prioridade a todos os níveis da educação – da educação fundamental à universitária. Ampliar programas bem-sucedidos como o Prouni e, ao mesmo tempo, construir 6 mil creches em todo o país. Avançar na saúde, multiplicando ações importantes como a implantação das Unidades de Pronto-Atendimento 24 horas, as UPAs, por todo o Brasil. Avançar na inovação tecnológica, nos investimentos em infraestrutura, na segurança. Combater de forma implacável o crime organizado e o tráfico de drogas, como o crack, que ameaça nossos jovens. Tudo isso tem de ser feito sem qualquer recuo na criação de empregos e na distribuição de renda que melhoraram a vida dos brasileiros nos últimos anos. Como mulher, mãe e servidora pública, quero ser a presidente do Brasil para cuidar de quem precisa, para não permitir que os brasileiros sofram ainda o flagelo da fome, do abandono e da indigência; para que as mães possam dormir tranquilas sabendo que seus filhos estarão a salvo da violência e das drogas. Quero ser a primeira presidenta para que as meninas de hoje saibam que uma mulher também pode presidir o Brasil.

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O Brasil pode mais

Quero ser presidente do Brasil para materializar um compromisso que tenho desde a minha juventude, e que mantive como prioridade ao longo de toda a minha vida pública: a abertura de oportunidades para os brasileiros, de todas as idades, de todas as regiões do país. Abertura de oportunidades na vida, para que as pessoas possam crescer, prosperar, para que as famílias sejam mais felizes.

O Brasil já andou bastante nas últimas décadas, mas ele pode mais. Pode mais na segurança, que é uma área de muita preocupação para todos os brasileiros e brasileiras. A segurança tem ficado só por conta dos estados. O governo federal tem de entrar nessa área como corresponsável.

Outra área em que o governo pode e tem de oferecer mais à população é a saúde. Quando fui ministro, demos um grande impulso na saúde. Esse impulso, ao longo do tempo, esmoreceu. Não é que andou para trás, mas as necessidades andaram mais para frente.

A educação é outra área essencial para o nosso país, principalmente a educação para o trabalho. Precisamos ter escolas técnicas e ter também formação profissional. É possível promover cursos mais curtos para as famílias mais necessitadas, como as que estão no Bolsa Família, cujos jovens não têm muita oportunidade para o futuro. Esse é, aliás, um programa que vamos reforçar e vincular à saúde e, principalmente, à educação para o trabalho. De mim, ninguém deve esperar que estimule disputas de pobres contra ricos, ou de ricos contra pobres. Eu quero todos, lado a lado, na solidariedade necessária à construção de um país que seja realmente de todos.

* A Gazeta do Povo ofereceu o mesmo espaço para todos os presidenciáveis escreverem artigos. José Serra, porém, enviou um texto menor do que o oferecido.

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Rumo ao segundo turno

Quero agradecer ao povo brasileiro por me trazer até aqui. Tenho certeza de que foi pelas propostas que defendo e pela minha atitude nesse processo eleitoral. Desde o início, me dispus a quebrar a tentativa de plebiscito entre dois candidatos.

Hoje, com alegria, posso anunciar que a onda verde quebrou o plebiscito e transformou as eleições de 2010 em um processo político para que cada cidadão, no segundo turno e com tempo igual para o debate, possa se aprofundar melhor nas propostas e conhecer a trajetória de cada candidato.

Chegou a hora de acreditar que vale a pena criarmos, juntos, um grande movimento para que o Brasil vá além, coloque em prática tudo aquilo aprendeu nas últimas décadas. Ou seja, a convivência na diversidade, a invenção de novas maneiras de resolver problemas solidariamente, o ir à luta para defender direitos. Mas agindo em rede, expandindo e agregando conhecimento sobre novas formas de fazer, produzir e gerar riquezas sem privilégios e sem destruição do incomparável patrimônio natural brasileiro.

Chegou a hora de encarar as revoluções que o Brasil precisa fazer para não correr o risco de andar em círculos e evitar com isso a tentadora acomodação de se satisfazer com pouco e achar natural ter tudo pela metade.

A principal revolução, inadiável pelas injustiças em cadeia que sua falta provoca, é a da Educação. Educação de qualidade para todos. Prioridade das prioridades, não pode mais ser vista apenas como um grande programa. É a virada do país, é o jogo de vida no qual temos que vencer pela persistência, pelo envolvimento da nação inteira. Sem truques, sem desculpas, sem mais demora.

Chegou a hora dos que querem viver num país melhor, querem reinventar o seu futuro no século 21, querem deixar para trás o século 20 e seus equívocos para trazer dele as lições para mudar de patamar com compromisso, cuidado e ousadia, técnica e coração, conhecimento e vontade, realismo e sonho.

Convido a todos para se envolverem agora num projeto que vai muito além do período de um governo. Temos a urgência das carências nacionais, do tempo global, da necessidade de não deixar caírem no vazio as conquistas já alcançadas.

Eu não quis o embate, quis o debate. Foi isso que fiz em todos os debates que tive a oportunidade de participar. Proponho a política nova, a política que pensa as coisas integradas, a política que vê o cidadão como o agente da própria história. É para essa política que eu quero chamar você, eleitor. Para que você me ajude a chegar no segundo turno porque eu sou a única que depende do seu voto.

Eu sei que há uma intenção de ter duas mulheres no segundo turno, então que fiquem as duas com tempo igual para um debate igual. Venha unir-se à discussão e aperfeiçoamento de nossas propostas. Venha ser parte delas.

Vamos juntos construir o Brasil que queremos!