Procuradoria não quer fim de investigação

• 0

A Procuradoria-Geral Eleitoral, em Brasília, deu parecer favorável à continuidade da investigação sobre o suposto caixa 2 na campanha de reeleição de Beto Richa (PSDB) e Luciano Ducci (PSB) à prefeitura de Curitiba, em 2008. A vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, e o subprocurador-geral da República, Edilson Alves de França, negaram no último dia 14 o recurso apresentado pela defesa do ex-prefeito e agora candidato ao governo do estado para que as investigações não prosseguissem.

O parecer já está nas mãos do ministro-relator do caso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Aldir Passarinho Júnior. Até a decisão do ministro, a investigação segue suspensa por decisão da presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), Regina Portes.

Em junho de 2008, a Gazeta do Povo revelou a existência de um vídeo em que 23 então candidatos do PRTB à Câmara de Curitiba aparecem recebendo dinheiro. Esses candidatos acabaram desistindo de concorrer à Câmara e fundando o Comitê Lealdade para apoiar a candidatura à prefeitura de Beto Richa – contrariando a orientação do PRTB, que estava coligado ao PTB do então candidato à prefeitura Fabio Camargo.

Um ano depois da denúncia, quatro partidos de oposição a Richa (PMDB, PT, PCdoB e PSC) entraram com uma ação alegando que o PSDB cometeu crime eleitoral ao não prestar contas à Justiça do dinheiro movimentado no Comitê Lealdade.

Menos um apoio

Ontem, Fabio Camargo, que agora é candidato a deputado estadual pelo PTB, partido que está formalmente coligado com o PSDB de Richa neste ano, explicou as razões de ter rompido com o tucano nesta eleição – ele anunciou apoio a Osmar Dias (PDT). E alegou que foi justamente em função da tentativa de Richa de barrar as investigações sobre o Comitê Lealdade e pelo fato de o tucano ter ao seu lado nestas eleições pessoas envolvidas no caso.

Procurada pela reportagem, a assessoria de Beto Richa negou que o ex-prefeito esteja tentando barrar as investigações e informou que foi o tucano quem pediu ao Ministério Público para investigar o caso.