Serra nega participação do PSDB em folhetos religiosos contra Dilma
O candidato a presidente da República pelo PSDB, José Serra, classificou nesta segunda-feira (18) como "totalmente irrelevante" o fato de a gráfica responsável pela impressão de panfletos de cunho religioso contra a presidenciável Dilma Rousseff (PT) "ser ou não ser" de parente de integrante da campanha tucana.
Dilma diz ser "lamentável" suposta ligação do PSDB com panfletos
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, criticou a possibilidade de ligação de membros do PSDB com a gráfica em que foram impressos panfletos que a relacionam com a defesa da descriminalização do aborto, em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, na tarde desta segunda-feira (18).
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O secretário-geral nacional do PT, José Eduardo Cardozo, afirmou que "há indícios veementes" de que os panfletos contra a candidata Dilma Rousseff (PT), apreendidos no domingo (17) pela Polícia Federal (PF) em São Paulo, tenham sido feitos pela campanha do tucano José Serra. Segundo ele, 1,1 milhão foi impresso na gráfica Pana Editora. Arlety Satiko Kobayashi detém 50% dos ativos da empresa e é irmã do coordenador de infraestrutura da campanha de Serra, Sérgio Kobayashi. Ela é também filiada ao PSDB desde 1991, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e funcionária da Assembleia Legislativa paulista de São Paulo.
Conforme Cardozo contou em entrevista coletiva convocada para esta segunda-feira (18), cerca de 20 milhões de panfletos estavam para ser distribuídos. Além disso, afirmou que a oposição também organizou ações de telemarketing contra Dilma. Cardozo e o presidente do PT paulista, Edinho Silva, afirmaram que os panfletos apreendidos pela PF foram encomendados por Paulo Ogawa. Segundo eles, Ogawa foi nomeado por Serra, em 2000, para trabalhar no Ministério da Saúde.
Cardoso anunciou uma ofensiva jurídica no TSE para apurar a autoria da publicação dos panfletos, que divulgavam nota de segmentos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que são contra a candidatura da petista. A direção nacional do PT enviou petição nesta segunda-feira à Corte, juntando documentos que comprovariam a ligação política de Arlety Kobayashi e Alexandre Ogawa, donos da gráfica Pana, com o PSDB.
Telemarketing
O material impresso já foi apreendido pelo TSE por se tratar de propaganda irregular. Em outra frente, o PT elaborou outro pedido para que a Justiça Eleitoral apure uma propaganda feita por telemarketing, em Minas Gerais, em que o eleitor é questionado se votou em Marina Silva (PV). Quando a resposta é afirmativa, inicia-se um discurso contra a campanha de Dilma.
"É indiscutível a relação com a campanha de José Serra. É evidente que não poderíamos deixar de entrar com uma ação pública. Os fatos são graves. A central de calúnias que vem atingindo a nossa candidata começa a ter seus autores identificados. É uma coisa tão articulada que não pode ter sido feita por amadores", disse Cardozo.
Para ele, "é uma propaganda eleitoral manifestamente ilegal". "Vamos entrar com ação também contra um telemarketing que pergunta se alguém na casa votou em Marina Silva e então começam a pedir votos para Serra. Há de se perguntar quem tem recursos para uma ação cara como a do telemarketing. A ética não serve só para ser evocada em arroubos. Não agiremos da mesma forma."
Edinho Silva afirmou que a denúncia chegou aos petistas por meio de um eleitor. "Não pode ser coincidência. Eu peço que a campanha do outro candidato se manifeste a respeito disso", disse. "Existe uma logística para distribuir 20 milhões de panfletos. Esperamos que as respostas sejam dadas, como quem financiou."
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