Com votações expressivas para dois candidatos, o PSOL encontrou no Rio de Janeiro um palanque para ampliar sua representação política no País. Ao completar seis anos de fundação, o partido reelegeu o deputado federal Chico Alencar com 240 mil votos - segunda maior marca do Estado - e o deputado estadual Marcelo Freixo, com o apoio de 177 mil eleitores - segundo lugar entre os fluminenses.

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Com os resultados, a legenda emplacou no Rio dois de seus quatro deputados estaduais e dois de seus três deputados federais. Para a Câmara, o desempenho surpreendente de Chico Alencar permitiu ainda que o PSOL elegesse o candidato Jean Wyllys (vencedor do Big Brother Brasil 5), com apenas 13 mil votos.

Ex-integrante do PT, Alencar viu seu eleitorado dobrar em quatro anos. Em 2006, o deputado havia recebido 119 mil votos pelo PSOL. "Foi surpreendente e até comovente". "Pensei que as campanhas dos milhões iam predominar, e que nos elegeríamos com muita dificuldade, mas ainda há uma parcela da população atenta e com discernimento", avalia o deputado.

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O PSOL também foi um coadjuvante de primeira linha na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O deputado estadual Marcelo Freixo, presidente da CPI que investigou a ação das milícias no Estado, foi o segundo candidato mais votado localmente, com 177 mil votos - em 2006, ele havia sido eleito com 13 mil. Com o índice, a legenda elegeu também a candidata Janira Rocha, com 6 mil votos.

"Nem o mais otimista da nossa campanha poderia imaginar uma votação dessas, foi um reconhecimento do mandato e do enfrentamento que decidimos fazer", disse Freixo. "No lugar de fazer um voto de protesto tolo e irresponsável, o Rio agiu de outra maneira", acrescentou.

Deputados

A composição da Alerj e da bancada fluminense na Câmara dos Deputados foi moldada por dois puxadores de votos com desempenho avassalador nas urnas. O apresentador de TV Wagner Montes (PDT) foi reeleito deputado estadual com 528 mil votos, ajudando o partido a elevar de seis para 11 o número de vagas de seu partido na Assembleia Legislativa. O governador Sérgio Cabral (PMDB) deve ter facilidade para governar, com ao menos 46 das 70 cadeiras da Casa ocupadas por parlamentares da coligação que o reelegeu.

O ex-governador Anthony Garotinho (PR) foi o campeão da disputa federal, com 694 mil votos, e impulsionou a eleição de outros oito candidatos. O resultado ainda pode ser revertido, pois Garotinho foi considerado inelegível pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) por uso indevido de meio de comunicação em 2008. Ele concorreu à vaga protegido por uma liminar, mas seus votos podem ser anulados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Dilma

A bancada federal eleita no Rio pode ser positiva para um eventual governo de Dilma Rousseff (PT). Dos 46 parlamentares eleitos pelo Estado, 32 fazem parte da coligação de apoio à petista - um aumento de três deputados em relação à atual bancada. Já a oposição representada por PSDB, DEM e PPS foi reduzida a menos de metade: passou de 11 para cinco nomes.

Apesar do resultado positivo para Dilma, a bancada do Rio na Câmara pode representar pedras no sapato de Cabral, um dos maiores aliados da candidata do PT. Dos 32 deputados que apoiam a ex-ministra, nove são do PR e capitaneados por Garotinho - o grande adversário de Cabral.