Jatene volta ao poder no Pará
Quatro anos depois de ter sido sucedido no cargo pela hoje adversária, Ana Júlia Carepa (PT), o ex-governador Simão Jatene (PSDB) retorna ao poder no Pará, eleito com margem folgada de votos numa disputa contra a governadora petista. Um governo de união, sem ódios ou rancores, por um "Pará melhor", é o que prega Jatene, que na fase final da campanha obteve a adesão maciça do PMDB de Jader Barbalho. Ao lembrar que no mandato anterior ele já tinha no governo federal um presidente da oposição (Lula), o tucano disse ter a esperança de não enfrentar problemas no relacionamento com o governo de Dilma Rousseff. E mandou um recado: "Espero que alguém sentado na cadeira de presidente deste país tenha exatamente esse cuidado. O país é maior que qualquer partido ou qualquer liderança política".
Marconi derruba um mito de Goiás
Aos 47 anos, o tucano Marconi Ferreira Perillo Júnior foi eleito governador de Goiás e tombou nas urnas Íris Rezende Machado, um mito no estado. Desde os anos 80 nenhum candidato enfrentou Íris com tamanha predisposição para superar adversidades. "O Marconi é o novo, um fenômeno eleitoral", diz Nion Albernaz, ex-prefeito de Goiânia por três vezes. "Além de jovem é coerente e consciente, inova na prática política e passa para o eleitor o que está no coração dele: Goiás que dá certo". Na primeira vez que Íris e Marconi se enfrentaram nas urnas, em 1998, Marconi não passava de um traço nas pesquisas enquanto Íris ostentava 62,6% das intenções dos votos. De lá pra cá, aprendeu a lidar com os altos e baixos, bateu nas urnas campeões de voto e superou a morte do amigo Henrique Santillo.
Brasília - Em uma disputa marcada por troca de acusações, guerra jurídica e os efeitos do "mensalão do DEM", o neopetista Agnelo Queiroz foi eleito governador do Distrito Federal, com 66,10% dos votos válidos. O ex-comunista, filiado ao PT há dois anos, impôs uma derrota histórica ao clã Roriz, cuja representante, Weslian Roriz (PSC), obteve 33,90% da fatia do eleitorado.
O triunfo de Agnelo marca o retorno do PT ao Palácio do Buriti, sede do governo local, após Cristovam Buarque (hoje no PDT) cumprir o mandato, em 1998. O ex-ministro do Esporte deixou o PCdoB em julho de 2008, sob os auspícios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Despontou na corrida distrital, desbancando nomes tradicionais do partido e costurando uma aliança com o PMDB, rival histórico no tabuleiro político brasiliense.
Desde a realização de eleições para governador no DF, em 1990, esta é a primeira vez que o sobrenome "Roriz" sai derrotado das urnas amargo resultado para Weslian, que substituiu a nove dias do primeiro turno o marido, barrado pela Lei da Ficha Limpa. Joaquim Roriz venceu as eleições para governador em 1990, 1998 e 2002. Em 2006, derrotou Agnelo na briga por uma vaga ao Senado e acabou por renunciar um ano depois para escapar de um processo de cassação.
Para construir os alicerces da vitória, Agnelo aproximou-se do peemedebista Tadeu Filippelli (ex-aliado de Roriz), alçado ao papel de vice. Formou inicialmente uma aliança com 11 partidos, que reúne inclusive personagens envolvidos no esquema revelado pela Operação Caixa de Pandora.
Agnelo Queiroz assumirá o governo do Distrito Federal após a turbulência política sem precedentes provocada pelo "mensalão do DEM". Em um ano, o DF teve quatro nomes diferentes no comando do Executivo local: José Roberto Arruda (que terminou preso), Paulo Octávio (o vice de Arruda, que renunciou), Wilson Lima (o presidente da Câmara Legislativa, catapultado ao Palácio do Buriti) e o atual, Rogério Rosso, eleito indiretamente para um mandato tampão.