Brasília - O jornalista Amaury Ribeiro Jr. disse, em seu depoimento à Polícia Federal, na segunda-feira, que o petista Rui Falcão, coordenador da campanha de Dilma Rousseff (PT), infiltrou dois espiões no comitê eleitoral em Brasília. Segundo ele, essas pessoas foram apresentadas por Falcão como "voluntários" e militantes do PT paulista. O jornalista afirmou aos policiais que acreditava ser esse "grupo do PT Paulista", segundo palavras dele, a origem dos vazamentos de informações sigilosas da coordenação de comunicação entre abril e maio deste ano. Seriam os "infiltrados", segundo palavras dele à PF.
No dia 15 deste mês, Amaury já havia dito aos policiais que Falcão furtou seu dossiê com informações sobre a privatização no governo do PSDB. Agora, ele reafirmou o que dissera antes e acrescentou a existência de duas pessoas, cujos nomes não foram revelados à polícia. "Tendo sido os mesmos os responsáveis pelo acompanhamento do que se passava na referida casa", disse Amaury, citando a casa do Lago Sul onde funcionava a coordenação de comunicação da campanha. Na segunda-feira ele foi indiciado por encomendar os dados fiscais dos tucanos.
No centro da disputa interna estava o dinheiro repassado a empresas de comunicação que atuavam na campanha Rui Falcão estaria trabalhando por um grupo de São Paulo, contrário à contratação do jornalista Luiz Lanzetta, que deixou a função em junho, depois da revelação do escândalo dos sigilos fiscais. Em abril deste ano, Lanzetta convidou Amaury para fazer parte do grupo de inteligência petista. O objetivo era conseguir o material que o jornalista havia preparado contra os tucanos. Parte dos dados fiscais dos integrantes do PSDB foi parar num dossiê que circulou pelas mãos de integrantes da campanha de Dilma.
Na segunda-feira, Amaury ficou calado quando a Polícia Federal perguntou sobre quem pagou as despesas de viagem e hospedagem durante a violação dos sigilos dos tucanos. A investigação mostra que o jornalista encomendou as declarações de renda do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, da filha e do genro do presidenciável José Serra, Verônica Serra e Alexandre Bourgeois, respectivamente. Amaury também não quis responder se agiu em nome do jornal O Estado de Minas quando buscou em São Paulo os dados dos tucanos, entre 29 de setembro e 8 de outubro do ano passado.
Naquele período, Amaury estava formalmente em férias. Ontem, na PF, ele usou o direito de permanecer em silêncio sobre esse assunto. Ele reafirmou que as investigações começaram depois de ser informado que um grupo ligado ao deputado federal Marcelo Itajiba (PSDB-RJ) estaria seguindo o ex-governador Aécio Neves. Amaury diz ter recebido a informação de que 300 dossiês contra pessoas do PMDB foram feitas por esse grupo para impedir que esses políticos apoiassem a candidatura de Dilma Rousseff.
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