A coligação "Para o Brasil seguir mudando", da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, ingressou nesta quinta-feira (23) com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral pedindo a retirada da internet de vídeos com ataques à petista. Os advogados pedem ainda a aplicação de multa à coligação "O Brasil pode mais", do candidato tucano José Serra, equivalente ao custo de produção do vídeo ou de valor "não inferior" a R$ 30 mil.
Nesta quarta (23), o PSDB postou no YouTube vídeo que traz imagens de uma "metamorfose" do rosto de Dilma. Ela se "transforma" no ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que teve o mandato de deputado federal cassado depois de ter sido apontado como um dos pivôs do escândalo do mensalão, o que sempre negou.
O advogado do PT Márcio Luiz Silva disse que também pediu à Polícia Federal a instauração de um inquérito policial para apurar a autoria dos vídeos, por meio da identificação do IP do computador do responsável pela postagem das imagens.
Procurada pelo G1 nesta tarde, a assessoria do PSDB confirmou que o partido produziu e postou a publicidade na internet. Márcio Luiz Silva informou que também pediu à PF que colha depoimentos dos representantes da coligação de José Serra.
Na representação ao TSE, a defesa da coligação de Dilma diz que os vídeos postados na web trazem informações "degradantes" contra filiados ao PT. Os advogados alegam ainda que a publicidade atenta contra a honra de Dilma com a finalidade de favorecer o adversário tucano.
"A publicidade foi veiculada com formato de inserção, produzida com trucagem para propalar informações sabidamente inverídicas e degradantes contra filiados a um partido político formalmente registrado, bem como com injúria e difamação contra a candidata Dilma Rousseff. Tudo isso para benefício do segundo representado, o candidato José Serra", diz um trecho da ação.
Os advogados também negam, na representação, informações divulgadas no vídeo de que o PT quer "calar os jornais". Segundo a defesa de Dilma, a petista nunca atuou no sentido de coibir a imprensa. "[Não] se viu qualquer atitude da candidata e de seu partido com o objetivo de tentar "calar os jornais" ou de perseguição de adversários ou seus familiares com ou sem - o uso de órgãos federais para tanto."