Dilma: reação a denúncias mostram “estilo de governo”| Foto: Marcos Brandão / AFP
Serra disse que o governo de SP não precisa ser investigado

São Paulo, Brasília e Recife - A denúncia de irregularidades no processo de licitação para as obras de ampliação do metrô de São Paulo, publicada pelo jornal Folha de S. Paulo na terça-feira, acirrou os ânimos entre os candidatos à Presidência José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Em campanha em Brasília, Dilma chamou ontem de "viciado" o processo licitatório do governo paulista e defendeu a abertura de uma investigação. Em Pernambuco, Serra disse que o governo paulista não precisa ser investigado e atacou o governo federal, que segundo ele faz "concorrência acertada".

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As ações do PT para cobrar respostas do adversário começaram no horário eleitoral gratuito no rádio. "O governo Serra fez licitação para as obras da linha 5 do metrô. Uma obra de R$ 4 bilhões. Acontece que seis meses antes de sair o resultado a Folha de S.Paulo já sabia. Uma prova do processo viciado. Isso o Serra não explica", disse o narrador. O PT de São Paulo organizou uma manifestação e protocolou no Ministério Público um pedido de investigação.

Em Pernambuco, Dilma disse esperar que, "pelo menos dessa vez", o governo de São Paulo investigue uma denúncia de irregularidade. "Nós consideramos essencial um controle maior dos processos licitatórios. Seria importante, pelo menos dessa vez, que eles abram sindicância e vão apurar", disse. "Processos licitatórios não podem ser viciados porque com isso você prejudica a população."

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Para ela, a diferença entre os governos está na reação a denúncias. "Um governo se mede pela capacidade que ele tem, não de garantir que não haja nada [irregularidades], mas de tomar providências, saber quem é responsável."

Sem investigação

Serra avaliou em Recife que o governo de São Paulo não precisa ser investigado. Segundo ele, "não teve nada [de irregularidade]". "A propósito de concorrência acertada, quem faz isso publicamente e abertamente é o governo federal. Fez isso com Belo Monte, anda fazendo isso com todo mundo. Eles escolhem as empresas e depois fazem a concorrência já tendo combinado como faria."

O tucano disse que "não precisa ser adivinhão" para saber que apenas duas empresas possuem o "Tatuzão", equipamento de perfuração usado na obra – o que determinou o resultado da concorrência. "Mas, como é véspera de eleição e falta assunto para os petistas falarem de corrupção do nosso lado, eles ficam inventando", comentou. "Essa concorrência não foi feita por mim, essa concorrência foi anulada [anteriormente] pelo governo porque os preços não eram bons." Na terça-feira, o governador Alberto Goldman suspendeu a licitação dos lotes de 3 a 8 da linha 5 do metrô.