Brasília - Em outra frente para tentar atrair os eleitores descontentes com o PT, o programa de governo de Dilma Rousseff vai pregar a defesa irrestrita da democracia e da liberdade de imprensa e de expressão – além da liberdade religiosa. Para afastar as desconfianças da sociedade em relação ao aborto e às propostas de controle social da mídia, a campanha petista deve lançar na semana que vem um documento intitulado "Os 13 Compromissos Programáticos de Dilma Rousseff para Debate na Sociedade Brasileira".

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O documento será divulgado menos de um mês depois de o presidente Lula criticar os "excessos" da imprensa. O primeiro compromisso de Dilma será justamente o de "expandir e fortalecer a democracia política, econômica e social". É nesse guarda-chuva que está abrigado o tópico que prevê a liberdade religiosa e de expressão.

O controle social dos meios de comunicação, aprovado como diretriz para o programa petista no 4.° Congresso do PT, em fevereiro, não integra a última versão da plataforma de Dilma. Na semana passada, porém, o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, viajou para Londres e Bruxelas, com o objetivo de conhecer modelos de regulação da mídia.

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"Democracia é democracia, liberdade de imprensa é liberdade de imprensa e ponto. Não há adjetivações no programa. São compromissos globais", afirmou ontem presidente do PT, José Eduardo Dutra.

A lista dos 13 compromissos de Dilma estava pronta desde o primeiro turno, mas foi engavetada para evitar polêmicas. Agora, porém, os partidos aliados cobraram a divulgação do programa, que passou por ajustes para não dar margem a novas controvérsias.

Projeto nacional

Dilma também vai propor, no documento, um projeto nacional de desenvolvimento. Ela quer um modelo que "assegure a transformação produtiva do Brasil", com fortalecimento das empresas estatais e das políticas de crédito do BNDES.

Propostas como taxação sobre grandes fortunas e jornada de trabalho de 40 horas semanais, sem redução de salários – que também receberam sinal verde no Congresso do PT – ficaram de fora da plataforma.

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O documento também defende outros compromissos genéricos, como crescimento com distribuição de renda; defesa do meio ambiente e desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza absoluta.