O comando da campanha de Dilma Rousseff (PT) acusou hoje o candidato do PSDB José Serra de querer "ganhar no tapetão" a eleição para a Presidência da República. Em mais um capítulo da guerra envolvendo a quebra de sigilo fiscal dos tucanos, o PT vai entrar com outras duas novas ações contra Serra e uma representação na Procuradoria-Geral da República contra o presidente do PSDB, Sérgio Guerra.
"Se nosso adversário pudesse dizer que não foi Nero, mas sim nós que pusemos fogo em Roma, ele diria", afirmou o deputado José Eduardo Cardozo (SP), secretário-geral do PT e coordenador do comitê jurídico de Dilma. "É uma tentativa de ganhar no tapetão, no grito", acrescentou.
É a quinta vez que o PT entra na Justiça contra Serra, sob a alegação de que o candidato tucano caluniou e difamou Dilma e o partido. Uma outra representação será enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O argumento do PT é que Serra acusa Dilma de crimes sabendo que ela não os cometeu, com objetivos eleitorais. "É o equivalente à denunciação caluniosa no âmbito eleitoral", disse Cardozo.
Guerra também será alvo de ação do PT, por crime contra a honra, porque o partido considera que ele ofendeu a candidata. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada na edição de hoje, Guerra disse que "a campanha de Dilma e a ação eleitoral do presidente Lula representam forte ameaça à democracia".
Serra passou os últimos dias responsabilizando Dilma e o PT pela violação do sigilo fiscal de sua filha, Verônica, e de outras quatro pessoas ligadas ao PSDB. "Utilizar filho dos outros para ganhar a eleição é uma coisa que eu só tinha visto o Collor fazer com o Lula", fustigou Serra, numa referência à campanha de 1989.
Na ocasião, o então candidato à Presidência Fernando Collor (PTB), hoje senador, levou Miriam Cordeiro, antiga namorada de Lula, ao programa eleitoral de televisão. Na época, Miriam acusou Lula de pedir para que ela fizesse aborto.
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