Reportagem da edição deste final de semana da revista "Veja" traz novas denúncias sobre um suposto esquema de cobrança de propinas na Casa Civil. Segundo a revista, funcionários da Casa Civil teriam recebido pacotes de dinheiro, contendo R$ 200 mil, supostamente pela intermediação de um contrato de R$ 34,7 milhões para a compra emergencial do medicamento Tamiflu, usado no tratamento da gripe H1N1.
A reportagem denuncia a existência de um suposto "balcão de negócios" na Casa Civil e de contratos feitos sem licitação envolvendo parentes da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra. Segundo a revista, o filho de Erenice, Israel Guerra, teria cobrado R$ 40 mil de propina do corredor de motocross, Flávio Corsini, de Brasília, em troca da liberação de um patrocínio de R$ 200 mil com a Eletrobras.
Na última quinta-feira (16), as denúncias feitas pela imprensa desde a semana passada levaram à demissão de Erenice Guerra do cargo.
Na edição deste final de semana, a revista afirma ainda que, em 2005, a empresa Unicel, dirigida pelo marido de Erenice, o engenheiro elétrico José Roberto Camargo Campos, teria conseguido concessão da Agência Nacional de Telefonia (Anatel) para operar telefonia celular em São Paulo.
A decisão de incluir a empresa no mercado, segundo a reportagem, teria tomada pelo presidente da Anatel, Elifas Gurgel, e contestada por técnicos da agência por suposta falta de capacidade técnica da empresa de Campos para atuar no mercado.
Entenda o caso da suspeita de tráfico de influência na Casa Civil
A revista acusa Erenice de ter feito pressão para que os técnicos modificassem os pareceres e aprovassem a empresa do marido e de ter usado de influência para reduzir de 10% para 1% a taxa de entrada cobrada nos contratos de concessão.
Ainda de acordo com a revista, o negócio teria como alvo o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que tem como dirigente do Comitê Gestor, o assessor da Presidência Gabriel Boavista Laender, que trabalhou por 8 anos na Unicel e teria sido indicado ao cargo pelo marido de Erenice.
Outros lados
A Casa Civil informou, por meio de sua assessoria, que todas as denúncias veiculadas pela imprensa serão enviadas ao Ministério da Justiça para serem apuradas no âmbito da investigação já iniciada pela Polícia Federal.
Além disso, a Casa Civil afirmou que vai encaminhar a reportagem da revista à Comissão de Sindicância, criada nesta sexta-feira (17), caso haja indício de envolvimento de servidores públicos da pasta.
O advogado de Israel Guerra, Eduardo Ferrão, afirmou que ainda não tinha conhecimento das novas denúncias. A ex-ministra e o marido não foram localizados pela reportagem.
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