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“Quero fazer uma auditoria, passar o Paraná a limpo. Quero mostrar ao cidadão paranaense de que forma estou recebendo o estado em todas as áreas.” Beto Richa, governador eleito do Paraná | Anniele Nascimento / Gazeta do Povo
“Quero fazer uma auditoria, passar o Paraná a limpo. Quero mostrar ao cidadão paranaense de que forma estou recebendo o estado em todas as áreas.” Beto Richa, governador eleito do Paraná| Foto: Anniele Nascimento / Gazeta do Povo

Arns quer sistema de avaliação permanente

Bruna Maestri Walter

Flávio Arns, vice-governador eleito pelo PSDB, é por enquanto o único nome confirmado no secretariado do governo de Beto Richa (PSDB). Arns, que irá assumir a Secretaria de Estado da Educação, disse ontem que pretende implantar um sistema estadual de avaliação, diminuir a evasão escolar, valorizar os profissionais e promover a articulação com municípios e outras secretarias.

Arns disse que o Paraná tem várias dificuldades na educação e que é preciso melhorar a classificação do estado em índices nacionais de avaliação. Um dos gargalos, na opinião do futuro secretário, é a inexistência de um sistema estadual de avaliação permanente. "Vamos implantá-lo e acompanhá-lo. Temos que ter metas e objetivos e ver se estamos alcançando", disse.

Para melhorar os índices, Arns afirmou que é preciso investir no sistema municipal de educação. Também pretende valorizar os profissionais da educação. Durante a campanha, Richa assumiu o compromisso de equiparar o salário dos professores com o dos agentes profissionais.

Outro desafio, de acordo com o Arns, é ampliar o número de matrículas no ensino médio e evitar a evasão. Apenas metade dos alunos que ingressam no antigo segundo grau chega ao terceiro ano no Brasil.

O Paraná ocupa a terceira posição no ranking nacional de educação, de acordo com o índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). No ensino médio, o estado ocupa a primeira posição.

Uma das primeiras medidas práticas tomadas pelo governador eleito do Paraná, Beto Richa (PSDB), no Palácio Iguaçu será fazer uma auditoria nas contas do governo. A intenção do tucano seria fazer uma reengenharia nas contas estaduais para poder ganhar capacidade de investimento e assim concretizar as propostas de governo assumidas no período eleitoral. Ontem, em entrevista à RPC TV, Richa disse que esta reengenharia vai permitir o corte de gastos desnecessários e melhorar os gastos públicos com um choque de gestão.

"Quero fazer uma auditoria, passar o Paraná a limpo. Quero mostrar ao cidadão paranaense de que forma estou recebendo o estado em todas as áreas", disse. "O primeiro passo é fazer uma reengenharia para que possamos identificar alguns ralos que podem ser eliminados, fechar as torneiras do desperdício", completou.

Apesar de assumir só em janeiro de 2011, o trabalho de transição do governo de Orlando Pessuti (PMDB) para o do tucano Beto Richa começa na próxima quinta-feira. Richa conversou ontem com Pessuti e os dois decidiram montar uma equipe de transição. "Isso com muita tranquilidade porque conheço o Pessuti e acho que vai dar para fazer um bom trabalho entre estas duas equipes, para conseguir promover a transição de governo", disse.

A reportagem da Gazeta do Povo apurou que o governador Pessuti nomeou o chefe da Casa Civil, Ney Caldas Ferreira, para comandar a transição no Palácio Iguaçu. Já a equipe de Beto Richa será formada por cinco pessoas: Carlos Homero Giacomini, Deonilson Roldo, Luiz Eduardo Sebastiani, Ivan Bonilha e Norberto Ortigara.

A primeira reunião de transição entre os governos deve acontecer já nesta quinta-feira no próprio Palácio das Araucárias – sede provisória do governo paranaense, durante a reforma do Palácio Iguaçu.

Com relação às prioridades no governo, Richa disse que a primeira delas será "botar a casa em ordem", com atenção especial nas áreas de saúde, segurança pública e educação. Segundo o governador eleito, o Paraná é o 18.º estado em volume de recursos para investimento. Após um "choque de gestão", ele pretende melhorar o índice e transformar o Paraná num "canteiro de obras".

Coligação

Apesar da dificuldade de montar uma equipe de governo que atenda aos 14 partidos que participaram da coligação, Beto Richa afirmou que irá conseguir fazer um governo técnico. Ele afirmou que, na disputa pela reeleição para a prefeitura de Curitiba, em 2008, fez uma coligação semelhante, com 11 partidos. "Todos os partidos têm bons quadros a oferecer", justificou.

O tucano disse que irá ouvir as sugestões de nomes dos partidos e irá decidir em comum acordo, mas adiantou que quem não cumprir o plano de metas estabelecido por ele será desligado da equipe.

"Os secretários vão assinar compromisso de metas e objetivos. Caso eles não sejam alcançados, o responsável pela pasta vai ser desligado das atividades, fortalecendo o profissionalismo da gestão pública", disse Richa.

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