Richa vai avaliar projetos de Pessuti

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O primeiro encontro de Beto Richa (PSDB) na condição de governador eleito do Paraná com o atual governador Orlando Pessuti (PMDB), realizado na manhã de ontem, serviu para definir que quaisquer medidas importantes a ser tomadas daqui até dezembro devem passar pelo crivo da comissão de transição que será formada nas próximas semanas. A ideia é evitar que o atual governo, que se encerra em 1.º de janeiro, inicie obras ou programas que o novo governador não tenha interesse em continuar.

"É normal que eu tenha que conversar com o novo governador sobre alguns temas que tenham alguma polêmica", disse Pessuti, após a reunião, de aproximadamente 50 minutos, realizada no Palácio das Araucárias. "Por exemplo: nos próximos dias, tenho que elaborar a mensagem do IPVA [Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores]. Tenho que conversar com ele", declarou.

Outro ponto que, segundo Pessuti, deverá depender da conversa entre os dois lados é o novo plano de custeio da Paranaprevi­­­dência, instituição responsável pelo pagamento das aposentadorias e pensões dos servidores estaduais. "Esse é um assunto que tem grande repercussão para o próximo governo e em toda a estrutura de funcionalismo", disse.

Um dos pontos a que Richa deu "sinal verde" ontem foi o projeto que cria a Defensoria Pública no estado. Desde 1988, todos os estados têm obrigação legal, determinada pela Constituição, de ter uma defensoria para atender juridicamente a população de baixa renda. No entanto, o Paraná, embora tenha posto alguns advogados para fazer o atendimento, nunca criou um órgão independente e autônomo, como manda a lei. Pessuti enviou a mensagem aos deputados estaduais e ela espera votação.

Sobre as outras mensagens que tramitam na Assembleia e que ainda dependem de aprovação, Richa preferiu dizer que a análise será feita "caso a caso".

Pessuti lembrou que a maior parte das mensagens enviadas à Assembleia por seu governo não incluem grande movimentação financeira e não deverão causar maior debate. "Também é preciso lembrar que muitos desses projetos eu enviei à Assembleia Legis­­­lativa quando ainda não havia desistido da candidatura à reeleição. São mensagens que retratam o que nós consideramos que poderia ser feito em um futuro governo", afirmou.

TransiçãoA comissão de transição será composta por cinco integrantes indicados por Pessuti e cinco nomeados por Richa. Pessuti afirmou que os trabalhos serão iniciados somente após o segundo turno das eleições nacionais. A data provável da primeira reunião é 3 de novembro.

Richa já indicou os cinco nomes para a comissão. Serão eles Deonil­­so Roldo, Ivan Bonilha, Norberto Ortigara, Carlos Homero Giacomi­­­ni e Luiz Eduardo Sebastiani. Pes­­­suti ainda não nomeou os seus representantes, mas diz que a co­­­missão será instituída provavelmente até segunda-feira.

As reuniões, de acordo com Pessuti, serão dentro do Palácio das Araucárias, sede provisória do governo, na qual nos próximos 15 dias será montada uma estrutura para receber o grupo.