Depois de participar de uma carreata em Belo Horizonte com a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, na manhã deste sábado (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os ricos, embora sejam "os que mais ganharam dinheiro em seu governo", "não conseguiram" superar o preconceito de ter um metalúrgico na Presidência.

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Lula discursou do alto de um trio elétrico, na Praça 7, área central da capital mineira. Ao lado de Dilma e de lideranças locais, o presidente disse que ao passar por um bairro nobre de Belo Horizonte, percebeu que os moradores faziam gestos negativos para a carreata petista.

"Enquanto a gente passava pelo bairro Mangabeiras, percebi as pessoas fazendo assim [gesto negativo com o polegar virado para baixo]", disse Lula. "As pessoas ricas foram as que mais ganharam dinheiro no meu governo. O que elas não conseguiram superar é o preconceito de um metalúrgico ser presidente desse Brasil", complementou.

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O presidente também disse que Dilma "viu a diferença entre a elite e o povo" e, se eleita, irá governar para o povo: "O que é importante, Dilma, é que você viu a diferença entre a elite e o povo. E é com esse povo que você vai governar o Brasil e vai governar Minas Gerais. Ela será a primeira mulher de Belo Horizonte e a primeira mulher a ser presidente."

Em seu discurso, a candidata petista afirmou ter um "compromisso sagrado" com Minas Gerais, estado onde nasceu. "Se Deus quiser, vou ser a primeira mineira presidente do Brasil. Tenho compromisso sagrado com Minas Gerais. Essa terra que me ensinou os valores da liberdade, justiça, desenvolvimento", discursou Dilma.

Carreata

Dilma participou de uma carreata e percorreu as ruas centrais da capital mineira na manhã deste sábado acompanhada do presidente Lula, do vice-presidente, José Alencar, e de líderes políticos locais. A petista criticou as declarações do candidato José Serra (PSDB) sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

"O Enem tem sido essencial, não só porque é uma forma de controle da qualidade do ensino, mas também vamos lembrar que ele é pré-condição para o ProUni", afirmou Dilma. "Querer atacar o Enem agora é uma forma indireta de o candidato Serra atacar o ProUni. Dizer que o Enem é eleitoreiro é desconsiderar o papel que ele tem esses anos todos, de traçar o caminho das pessoas mais pobres a uma universidade privada de qualidade", complementou a petista.

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Nesta sexta-feira (15), Serra afirmou que o exame tem de ser "refeito", porque sofreu "utilização política" e acabou "arruinado": "O Enem tem que ser refeito, tudo. Porque a utilização política, propagandística, acabou arruinando o Enem. Já nem falo do uso eleitoral disso, de correspondências aproveitadas com dados cadastrais do Enem, mas digo a substância mesmo, a falta de planejamento."