São Paulo - O ex-governador Joaquim Roriz (PSC) criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de validar a Lei da Ficha Limpa para este ano nos casos de renúncia. "Caiu a ficha. Desceu o pano. Após o último ato do teatro de absurdos protagonizado pelo julgamento desta semana, o STF usou de dois pesos e duas medidas ao avaliar a situação dos candidatos em relação à chamada Lei da Ficha Limpa", afirmou o ex-governador, em carta.
Em setembro, Roriz desistiu da candidatura ao governo distrital depois do Supremo não ter decidido sobre o seu caso por conta de um empate em 5 a 5. Na quarta-feira, o tribunal voltou a discutir a Ficha Limpa em um recurso do candidato ao Senado Jader Barbalho (PMDB-PA). Depois de novo empate, o STF manteve decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Jader.
"Tratar situações iguais de forma desigual, "é o supra-sumo da iniquidade, já advertiam há milênios, os antigos pensadores do direito", afirma Roriz, na mensagem que pede voto para a mulher neste segundo turno.
O ex-governador cita o ministro Gilmar Mendes, que fez uma série de críticas à lei durante a sessão de quarta. (leia ao lado)
"Essa lei tem nome, sobrenome e filiação no PT", disse o ministro sobre a emenda que impede a candidatura de políticos que renunciam. A emenda foi proposta pelo deputado José Eduardo Cardoso (PT-SP), coordenador de campanha de Dilma Rousseff.
Para Roriz, o deputado fez a emenda a pedido do PT do Distrito Federal. Pesquisas mostram o petista Agnelo Queiroz à frente na disputa pelo governo.
"O poder do governo e do PT é tão avassalador que já não reconhece limites, e a própria divisão e independência dos poderes é apenas utopia", afirma Roriz.
"Agora, o Supremo decidiu que a Lei da Ficha Limpa vale para alguns e para outros, não. Assim, estão salvos os interesses do PT e do governo", completa o ex-governador.
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