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Abelardo Lupion: um dos defensores da proposta de Heinze. | Janine Moraes/Agência Câmara Federal
Abelardo Lupion: um dos defensores da proposta de Heinze.| Foto: Janine Moraes/Agência Câmara Federal

Sorocaba - Qualquer que seja o resultado do segundo turno, representantes dos ruralistas e dos movimentos sociais de luta pela terra nos parlamentos vão travar uma disputa equilibrada no próximo governo. Os dois lados admitem que as forças, a partir de 2011, vão ficar mais iguais do que eram em legislaturas anteriores.

A bancada ruralista sofreu baixa numérica, mas teve um ganho qualitativo, segundo as lideranças. Os grupos sociais liderados pelo Movimento dos Sem Terra (MST) consideram-se beneficiários do crescimento do PT, que ampliou as bancadas na Câmara e no Senado. "Houve uma renovação alvissareira", comemorou, em nota, a direção nacional do movimento.

Os dois lados defendem posições antagônicas sobre o agronegócio e a questão fundiária. O MST quer a limitação no tamanho da propriedade e a revisão nos índices de produtividade para fins de reforma agrária. Os ruralistas, por sua vez, defendem menor rigor na legislação florestal e revisão da dívida do campo.

Reeleitos

O setor rural reelegeu 147 dos 241 integrantes da Frente Par­­lamentar Agropecuária, sofrendo uma redução de 38,6% no quadro. Dos 94 que ficaram fora, 76 tentavam a reeleição e não conseguiram os votos.

Em compensação, a base no Senado ganhou nomes de peso, como os ex-governadores Blairo Maggi (PR), de Mato Grosso, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), de Santa Catarina, e Ivo Cassol (PP), de Rondônia.

Agronegócio

Nomes tradicionais do agronegócio, como Valdir Colatto (PMDB-SC) e Silas Brasileiro (PMDB-MG), foram reprovados nas urnas, que elegeram novas lideranças como o deputado Irajá Abreu (DEM-TO), filho da senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricul­tura e Pecuária (CNA).

Para o presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, deputado Abelardo Lupion (DEM-PR), o quadro é positivo, pois muitos novatos são comprometidos com o agronegócio. Além de Lu­­pion, outros nomes expressivos da linha de frente, como Luiz Carlos Heinze (PP-RS), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Onyx Loren­zoni (DEM-RS), Moacir Michelet­to (PMDB-PR) e Homero Pereira (PR-MT), se reelegeram.

"Foi uma grande conquista", disse o presidente da União De­­mocrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, sobre a adesão do deputado reeleito Aldo Rebelo (PCdoB-SP) à causa agrícola.

Relator do novo Código Flo­res­­tal, Aldo passou a ter um discurso favorável ao agronegócio e, segundo Nabhan, reelegeu-se graças aos votos do setor. O partido que mais elegeu ruralistas foi o PMDB (15), seguido pelo DEM (13) e PP (10). Entre os estados, o Pa­­raná elegeu 11, seguido por Goiás e Minas, com 7 cada.

As cooperativas paranaenses comemoram as eleições para a Câ­­mara de Osmar Serraglio (PMDB), Alex Canziani (PTB), Cida Borghetti (PP) e Reinhold Stephanes (PMDB). No Senado, 24 senadores têm vínculo com o agronegócio. No total, são 81 se­­nadores, mas a maioria está ligada ao governo do PT. Entre os no­­vos integrantes da bancada rural, Waldemir Moka (PMDB-MS) e Ana Amélia Lemos (PP-RS) são boas apostas.

O MST comemorou a reeleição do deputado Ivan Valente (PSol-SP) com mais de 180 mil votos e do ex-líder Valmir Assun­ção (PT-BA) para a Câmara. Con­­ta­­bilizou, porém, a perda do man­­dato de Luciana Genro (PSol-RS) e Renato Simões (PT-SP), ambos com atuação destacada em defesa dos movimentos so­­ciais. Os sem-terra consideram um ganho a eleição do ex-governador do Acre Jorge Viana (PT) para o Senado e grande perda do lado dos ruralistas a derrota de Marco Maciel (DEM-PE) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).

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