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O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) informou nesta segunda-feira (6) que mais de 20 autoridades do estado tiveram dados sigilosos acessados pelo sargento da Polícia Militar César Rodrigues de Carvalho.

Entre as autoridades, estão a governadora do estado Yeda Crusius (PSDB), o senador Sérgio Zambiasi (PTB), o ex-ministro da Justiça e candidato ao governo do Estado Tarso Genro (PT), deputados estaduais e federais. O promotor postou alguns nomes em seu Twitter nesta segunda.

O policial, que atuava na Casa Militar, responsável pela segurança da governadora, é apontado pelo MP como responsável por pesquisar no Sistema Consultas Integradas, da Secretaria de Segurança Pública, dados confidenciais de políticos e também de jornalistas do estado.

O militar teve a prisão preventiva decretada e foi detido em casa, na manhã da última sexta-feira (3). A partir desta data, o MP tem 15 dias para denunciar o acusado à Justiça.

Segundo o promotor criminal responsável pelo caso, Amílcar Macedo, o programa permite consultar informações criminais, como condenações, processos e pessoas procuradas – além de dados relativos a bens, porte de arma, endereços, entre outros.

O MP apurou que, desde janeiro de 2009, o sargento fazia cerca de mil consultas no sistema a cada cinco dias. Segundo Macedo, não há dúvidas de que a violação foi feita com a senha do sargento, que nesse período, teria acessado o programa mais de 10 mil vezes. Algumas dessas pesquisas partiram do computador pessoal de César Rodrigues, apreendido na residência dele.

De acordo com o promotor, a senha pessoal de Rodrigues permitia acessar no sistema dados de processos judiciais e investigações. Isso motivou a prisão, pois o acusado estava monitorando os passos dos investigadores que apuram o caso.

Filhos de políticos

Nesses acessos, o acusado teria também consultado dados – inclusive fotografias – de menores de idade, filhos de políticos do estado. Para o promotor, aparentemente não há motivação eleitoral, mas está sendo apurada a finalidade da violação, uma vez que a função do acusado era garantir a segurança da governadora.

"Estamos checando esses acessos um por um. Ainda faltam milhares. O que mais nos preocupou foram os acessos a dados dos filhos de políticos. A finalidade disso é extremamente preocupante. Pode sugerir uma série de coisas, inclusive sequestro, porque esse sargento tinha relações muito próximas com contraventores", afirmou o promotor.

César Rodrigues foi denunciado pelo dono de uma casa de bingos de Canoas, município da região metropolitana de Porto Alegre (RS), que acusava o militar de extorsão. O promotor explica que os casos de quebra de sigilo surgiram no decorrer da investigação sobre essas denúncias.

"Imaginamos que haja mais pessoas envolvidas. Há outras pessoas sendo investigadas e vamos verificar o comprometimento que elas têm", afirmou o promotor.

O site G1 tenta contato com o advogado do PM preso.

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