O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, atacou duramente a aproximação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o regime iraniano comandado por Mahmoud Ahmadinejad. Em encontro com mulheres do seu partido realizado na capital mineira hoje, o tucano aproveitou a polêmica em torno da condenação à morte por apedrejamento de Sakineh Mohammadi Ashtiani por adultério para classificar como "irônica" a relação do governo brasileiro com o Irã.
Segundo Serra, o governo federal trata como "camarada" um regime que tortura e mata mulheres. "No Brasil se criou uma secretaria especial da mulher com status de ministro. Eu acho uma ironia o governo ter isso e considerar como amigo, ter carinho por um regime que enterra a mulher até a cintura e apedreja até a morte", disparou. "Uma coisa é interesse econômico. Outra é tratar carinhosamente, como se fosse um camarada, um regime que mata mulheres, que tortura", acrescentou o tucano. No fim do mês passado, Lula ofereceu asilo humanitário a Sakineh, condenada por ter mantido relações com dois homens, incluindo o assassino de seu marido. Teerã recusou a proposta e disse que o presidente brasileiro estava "mal informado".
Mas, para Serra, apenas o fato de Lula fazer a oferta já significa que ele legitima a posição do governo iraniano. "Essa oferta de asilo para ela, aqui, é como se ela fosse uma criminosa política. E não é. Não fez nada nesse sentido", salientou em discurso para uma plateia composta principalmente por mulheres.
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