A propaganda eleitoral do candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, explorou neste sábado a demissão da agora ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra para mais uma vez atacar a sua adversária e líder nas pesquisas e intenção de voto, Dilma Rousseff (PT).
"Há uma semana os brasileiros assistem chocados a mais um escândalo na Casa Civil da Presidência... denúncias que fazem pensar. É isso que queremos para o Brasil?", indagou o apresentador na propaganda eleitoral da tarde.
Em seguida, o programa mostrou cópias de uma série de reportagens da imprensa escrita e o apresentador narrou notícias sobre Erenice, que deixou o cargo depois de duas denúncias de tráfico de influência envolvendo suspeitas de tráfico de influência por seu filho Israel.
As imagens mostram o jornal Folha de S. Paulo de quinta-feira, cuja reportagem afirma que a empresa EDRB do Brasil acusara o filho da ex-ministra de cobrar 5 por cento de propina em troca da concessão de empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que não chegou a ser concedido, segundo o banco.
"Novas acusações derrubam o braço direito de Dilma", emenda o narrador, enquanto aparecem imagens da candidatado PT ao lado de Erenice. "Dilma e Erenice juntas desde 2003. Uma era chefe, a outra o braço direito... Casa Civil do PT, primeiro José Dirceu, depois Dilma, que trouxe Erenice. É isso que você quer para o Brasil?", voltou a perguntar o apresentador.
Na semana passada, a revista Veja já havia revelado que Israel teria recebido 120 mil reais para viabilizar contrato de uma empresa de transporte aéreo com os Correios. Neste sábado, a revista traz novas denúncias em reportagem na qual afirma que o ex-assessor da Casa Civil Vinícius de Oliveira Castro, primeiro a pedir demissão por causa das acusações que pesam sobre ele, teria recebido 200 mil reais em dinheiro vivo como propina em outro caso em junho de 2009.
Já a propaganda da coligação que apoia Dilma praticamente repetiu o que fora veiculado na quinta-feira à noite. Desta vez, porém, o programa da petista rebateu a promessa de Serra de elevar o salário mínimo dos atuais 510 reais para 600 reais ainda em 2011.
Os tucanos compararam o mínimo do governo Lula com o mínimo de Serra à frente do governo paulista. "Hoje o mínimo da Dilma é de 510 (reais)... o do Serra, em São Paulo, já está em 580 (reais)", afirma o apresentador.
Dilma, por sua vez, comparou o salário mínimo durante os governos Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Lula (2003-2010). "Em dezembro de 2002, a inflação era superior a 12 por cento. Em dezembro de 2009, menos de 0,5 por cento. Antes, o salário mínimo não pagava nem uma cesta básica e meia. Agora, compra quase duas e meia. Antes, o mínimo não chegava perto dos 100 dólares, hoje equivale a 288 dólares", afirmou o locutor no programa de Dilma.
"Nos tempos de FCH e Serra, as palavras mais presentes no dia a dia dos brasileiros eram arrocho, crise, desemprego, estagnação, inflação, FMI.. Com Lula e Dilma, vem a mudança e, com ela, outras palavras começaram a ganhar força no nosso dia a dia, como ascensão social, emprego, crescimento, estabilidade e soberania", comparou o programa de Dilma.
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