Tucano diz que governo está "inerte" para combater inflação
Durante visita às obras de reforma do estádio do Maracanã, ontem à tarde no Rio, o presidenciável José Serra (PSDB) afirmou que o governo Luiz Inácio Lula da Silva está inerte diante da alta na inflação dos preços de alimentos. "Nós estamos tendo uma inflação de alimentos, como há muito tempo não se via, de alimento básico", afirmou o tucano, que deu entrevista no gramado do estádio.
Foz do Iguaçu - O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, prometeu ontem vetar o projeto de lei 122/2006, que torna crime qualquer discriminação contra homossexuais, caso seja eleito e caso o projeto venha a ser aprovado pelo Congresso. A promessa foi feita em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, onde o tucano falou para cerca de 800 lideranças que participam da 50ª Convenção de Pastores da Assembleia de Deus no Paraná.
"Do jeito que está, ele [o projeto] passa a perseguir igrejas que têm posições contrárias ao homossexualismo", disse Serra. "Uma coisa é perseguir e fazer grupos de extermínio contra os gays. Outra é proibir que as igrejas preguem contra atos homossexuais entre seus fieis. Eu vetarei essa lei."
Questionado sobre como dará andamento ao Plano Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH-3), o tucano indicou o que considera quatro divergências fundamentais no documento: o desrespeito à propriedade privada, a instituição de mecanismos de controle da imprensa, a criminalização de quem é contra o aborto e a prática da homossexualidade e a proibição de símbolos religiosos em repartições e escolas públicas. Serra disse ainda discordar da proposta de controle social da mídia exposto no plano. "A criação de comitês de controle e de conferências na prática representa censura à imprensa", afirmou.
Antes de responder às perguntas dos pastores, o candidato surpreendeu o público ao saudar a "todos na paz do Senhor", gesto que foi respondido com um sonoro "amém". O candidato foi presenteado com uma Bíblia.
Ao pedir voto, Serra chamou a atenção para a necessidade da "multiplicação dos votos" e disse que todos devem ser capazes de "persuadir outras pessoas que estejam indecisas ou que não têm muita certeza de votar na candidata adversária". "Nunca a palavra da mentira circulou tanto durante uma campanha como agora." Hoje a comunidade evangélica reunida em Foz deve receber o candidato a vice-presidente de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer.
Congresso
Serra disse ainda que, caso eleito, terá maioria no Congresso. "Eles [os petistas] estão falando muito que a candidata Dilma [Rousseff] teria maioria no Congresso e eu não. Isso não é fato. Conheço aquilo a fundo e sei bem como as coisas funcionam. Posso dizer que nós vamos ter maioria no Congresso porque os partidos não são homogêneos", comentou. "Se eu conheço bem o PMDB, do qual fui integrante até 1988, e gente de outros partidos, posso garantir que não será assim."