O advogado José Eduardo Alckmin, que defende o presidenciável tucano José Serra, afirmou que vai pedir ao Ministério Público (MP) que investigue a notícia de que funcionários e equipamentos da TV oficial do governo, a NBR, teriam sido usados para filmar comícios da presidenciável petista Dilma Rousseff nos quais o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve presente.
Reportagem publicada hoje pelo jornal Folha de S.Paulo informou que a direção da empresa orientou os funcionários a omitirem os sinais de identificação da emissora antes de fazer as filmagens. De acordo com a publicação, cartazes foram colados na NBR com as orientações e com a explicação de que as filmagens seriam apenas para registro.
Para Alckmin, o fato é grave e é necessário investigar se a máquina administrativa foi usada em prol da candidatura de Dilma. "Resolvemos levar o assunto ao Ministério Público para que faça investigação necessária e tome as providências que entender cabíveis. A história é muito grave", disse.
A legislação eleitoral estabelece que o uso da máquina administrativa em prol de uma candidatura é uma conduta vedada aos agentes públicos e pode levar até à cassação do registro do candidato beneficiado se a investigação constatar o desvio.
O advogado Márcio Silva, que defende Dilma Rousseff, afirmou que uma agência contratada pela campanha faz as filmagens. "A campanha já tem a sua equipe de filmagem", disse. "Quem faz as filmagens é a agência contratada para esse fim", afirmou. "A qualidade de imagem da empresa contratada pela campanha é muito melhor do que a feita pela NBR."
Em nota divulgada na tarde de hoje, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) afirmou que uma de suas atribuições é documentar a atuação pública do presidente, seja para transmissão na TV NBR, seja para o acervo histórico da Presidência da República.
"Com a proximidade da campanha eleitoral, a Diretoria de Serviços da EBC, que tem a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) entre seus clientes, foi orientada a continuar documentando todos os atos públicos do presidente da República, mas evitando, terminantemente, transmitir os atos de natureza eleitoral pelo canal NBR ou distribuir as gravações às outras emissoras de televisão, como acontece com as imagens de atos oficiais", sustenta a empresa.
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